A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) reportou lucro líquido de R$ 797 milhões no terceiro trimestre, valor que representa uma queda de 75,7% em relação ao mesmo período de 2024, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira (13).
A retração da Cemig (CMIG4) decorre principalmente da base de comparação inflada do ano anterior. Analistas esperavam Ebitda de R$ 1,7 bilhão para o período, segundo dados da IBES, da LSEG. O resultado divulgado ficou abaixo da expectativa.
Para o Citi, além do lucro abaixo do esperado, o resultado no geral foi fraco. O banco destaca o desempenho em distribuição, que sofreu com menores volumes por causa da geração distribuída. Com isso, a recomendação para os papéis CMIG4 é neutra, com preço-alvo de R$ 12 por ação.
Às 12h40 (horário de Brasília), as ações CMIG4 registravam queda de 2,56%, negociadas a R$ 11,59 na B3.
Receita da Cemig cresce 4,6% no trimestre
A receita líquida entre julho e setembro foi de R$ 10,6 bilhões, alta anual de 4,6%. O balanço também confirma que a receita do período, considerando os mesmos critérios, cresceu 4,64% frente ao terceiro trimestre do ano anterior.
No terceiro trimestre de 2024, a companhia contabilizou R$ 3,15 bilhões na linha de “outras receitas operacionais”. O valor incluiu R$ 1,62 bilhão da alienação da participação da Cemig GT na Aliança Geração e R$ 1,52 bilhão da revisão tarifária periódica da receita anual permitida dos contratos de concessão da Cemig GT.
Ebitda cai com menor mercado e custos do risco hidrológico
A Cemig reportou Ebitda ajustado de R$ 1,47 bilhão no período, que corresponde a uma queda de 16,2% em relação ao terceiro trimestre de 2024.
Segundo a empresa, a redução do Ebitda decorre de três fatores:
- menor mercado cativo e menor quantidade de energia transportada na Cemig D
- redução da margem de comercialização, devido à exposição a preços mais altos na compra de energia para fechamento de posições
- diminuição do Ebitda do segmento de geração, influenciada pela elevação dos custos relacionados ao risco hidrológico
Em relatório, a companhia menciona que o Ebitda antes dos ajustes foi de R$ 1,5 bilhão no trimestre, queda de 69,7% na comparação anual.
O desempenho foi afetado pelos efeitos extraordinários do terceiro trimestre de 2024. Sem esses efeitos, o Ebitda ajustado permaneceria em R$ 1,47 bilhão, com uma queda menor, de 16,3%.
Despesas da Cemig aumentam após novas debêntures
O resultado financeiro líquido foi uma despesa de R$ 276 milhões, acima das despesas de R$ 61,5 milhões registradas um ano antes.
A variação é explicada pelo aumento das despesas financeiras com variação monetária e encargos de debêntures, que totalizaram R$ 468,8 milhões no trimestre. No mesmo período de 2024, esse valor foi de R$ 277,7 milhões, alta de 68,84%.
Esse avanço resulta da contratação da 12ª e 13ª emissões de debêntures pela Cemig D, que ampliaram o endividamento da companhia.
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A linha de Imposto de Renda e Contribuição Social registrou encargos de R$ 49,8 milhões, contra R$ 1,27 bilhão no terceiro trimestre de 2024, quando foram impactados pela venda de participação e pela revisão tarifária.









