O Banco Central (BC) elevou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, de 1% para 1,2% na edição de março do Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
Segundo o relatório, apesar da revisão, a projeção continua refletindo cenário prospectivo de desaceleração da atividade econômica em 2023, na comparação com os dois anos anteriores. “Esperase que o crescimento no ano tenha contribuição relevante do setor agropecuário”, informa.
A inflação acumulada em doze meses, medida pelo Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), continuou recuando desde o Relatório anterior. “Contudo, considerando a métrica trimestral, a inflação ao consumidor e algumas medidas de núcleo aumentaram. A inflação ao consumidor, assim como diversas medidas de inflação subjacente, segue acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação.
Conforme o BC, o ambiente externo se deteriorou desde o Relatório de Inflação anterior. “Os episódios envolvendo bancos nos Estados Unidos da América (EUA) e na Europa elevaram a incerteza e a volatilidade dos mercados e requerem monitoramento. As economias centrais têm enfatizado o princípio da separação de objetivos e instrumentos na condução das políticas monetária e macroprudencial.
Em paralelo, continua o documento, dados recentes de atividade e inflação globais se mantêm resilientes e a política monetária nas economias centrais segue avançando em trajetória contracionista. O ambiente externo segue marcado pela perspectiva de crescimento global abaixo do potencial, mas a flexibilização da política de combate à Covid na China, um inverno mais ameno na Europa e a possibilidade de uma desaceleração gradual no crescimento nos Estados Unidos suavizam a desaceleração econômica global em curso resultante do aperto das condições financeiras nas principais economias.
Por outro lado, o impacto sobre as condições financeiras e consequentemente sobre o crescimento global dos recentes episódios envolvendo o sistema bancário em economias centrais ainda é incerto, porém tem viés negativo. Leituras de inflação recentes apontam para alguma estabilização dos núcleos de inflação em diversos países em patamares superiores a suas metas e reforçam o caráter inercial do atual processo inflacionário. O ambiente inflacionário segue desafiador e o baixo grau de ociosidade do mercado de trabalho em algumas economias, aliado a uma
inflação corrente persistentemente elevada e com alto grau de difusão, sugere que pressões inflacionárias, particularmente no setor de serviços, devem demorar a se dissipar.
No cenário doméstico, a atividade econômica em 2022 superou as expectativas iniciais, mas a trajetória ao longo do ano foi de arrefecimento, corroborando o cenário de desaceleração esperado pelo Copom. “A desaceleração econômica no segundo semestre também se manifestou no mercado de trabalho, com interrupção da queda da taxa de desemprego nos últimos meses”.
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Dylan Della Pasqua / Agência CMA
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