O dólar fechou em alta. O driver de hoje foi majoritariamente doméstico, especialmente na volta da pressão do Governo sobre o Banco Central (BC) com a intenção de reduzir a taxa de juros. Esta tensão afeta diretamente o real.
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Segundo o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, “o câmbio está refletindo as tensões entre Governo e BC. As moedas emergentes estão se valorizando frente ao dólar”.
Rostagno entende que em tempos “normais” os juros prolongados deveriam valorizar o real, que hoje deveria estar em alta de cerca de 0,30%, e acredita que um corte imediato dos juros iria desancorar ainda mais a expectativas e prejudicaria o câmbio.
De acordo com o sócio-fundador da Pronto! Invest Vanei Nagem, “a justificativa do Comitê de Política Monetária (Copom) (para manter os juros) foi muito agressiva, mesmo com a situação lá fora um pouco mais leve. Foi uma pequena peitada no Governo, não precisava disso. Essa briga não é legal para o País”.
“O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) mostra que talvez não dê mais aumentos, e isso deve ser bom para o real. É um movimento de pequeno alívio”, opina Nagem.
O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 0,99%, sendo negociado a R$ 5,2880 para venda e a R$ 5,2340 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,2070 e a máxima de R$ 5,2960.
Pedro do Val de Carvalho Gil / Agência CMA
Imagem: piqsels.com
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