A JBS divulgou ontem (21) o balanço do quarto trimestre de 2022, com lucro líquido de R$ 2,35 bilhões, queda de 63,7% em comparação ao mesmo período de 2021. A receita líquida encolheu 4,5%, para R$ 92,87 bilhões. O destaque ficou para a Seara, cujo crescimento foi de 9% na comparação anual. No período, cerca de 76% das vendas globais da JBS foram realizadas nos mercados domésticos em que a companhia atua e 24% por meio de exportações.
O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) diminuiu 56,7%, para R$ 5,1 bilhões. Em termos ajustados, o ebitda diminuiu 65,2%, para R$ 4,57 bilhões, como consequência principalmente da normalização dos resultados da JBS Beef North America e de um cenário mais desafiador na Pilgrims Pride, causado por uma sobre oferta global de frango. A margem Ebitda ajustada foi de 4,9% no trimestre.
Para a Genial Investimentos, apesar do lucro líquido ter vindo acima do projetado, ele foi consideravelmente impactado pelo reconhecimento de créditos fiscais. Além disso, a inversão do ciclo do gado nos EUA e os altos custos de produção de carne suína e de frango, foram os principais fatores que enfraqueceram os resultados da companhia.
“Acreditamos que a diversificação da JBS, tanto por proteína quanto geográfica, devem ajudar a reduzir a volatilidade dos resultados em 2023. Além disso, em nossa visão, tudo tem um preço, e, no patamar atual em que as ações da companhia estão cotadas, ainda enxergamos um upside considerável para o papel, e seguimos com a nossa recomendação de compra, com preço-alvo em R$ 30/ação”, explicou a Genial.
A XP Investimentos disse que o resultado é reflexo de uma tempestade perfeita em toda a companhia, e que continuam cautelosos com as operações brasileiras, que devem manter resultados fraco no curto prazo. A corretora destacou ainda que os riscos sanitários continuam a cercar os frigoríficos com o recente caso atípico de EEB (Encefalopatia Espongiforme Bovina), conhecida como mal da vaca louca, no Brasil e a disseminação da gripe aviária nos países da América Latina.
“Embora os resultados tenham ficado acima de nossas estimativas, vieram abaixo do consenso, o que a nosso ver pode desencadear novas reações negativas nos preços das ações, embora os papéis já tenham sofrido recentemente com a piora das expectativas. Saudamos a diversificação geográfica e de proteínas da JBS, pois essa estratégia provou ser acertada, uma vez que a diversificação ajudou a compensar a queda nas margens de US Beef nos últimos trimestres”, explicou a corretora.
Assim como a XP e a Genial, a Guide Investimentos também destacou o resultado ruim e bem piores que o esperado. Segundo a Guide, os resultados mostraram sinais de deterioração em praticamente todas as unidades de negócios da companhia, mas, apesar dos resultados ruins, o endividamento ainda é administrável, com a relação dívida/Ebitda em 2,3x e a maior parte dos vencimentos ocorre a partir de 2027.
Já o BTG Pactual disse que os resultados devem melhorar ainda no primeiro semestre deste ano, principalmente em aves nos Estados Unidos, e que a diversificação deve permitir que a companhia consiga sair ilesa do ponto de vista da alavancagem durante o ciclo de baixa. A corretora manteve a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 40/ação.
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Emerson Lopes / Agência CMA
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