O First Republic Bank (FRB) observou uma queda de 36% em suas ações na manhã desta quinta-feira (16), com anúncio de um possível colapso, mas após outros bancos irem ao seu socorro, os papéis passaram a subir.
O banco é o terceiro a derreter no mercado nesta semana, depois do Silicon Valley Bank e do Credit Suisse.
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O FRB tem a terceira maior taxa de depósitos não segurados, atrás apenas do Silicon Valley Bank (que também entrou em crise) e do Signature Bank, segundo o Valor. O banco, inclusive, de acordo com a Bloomberg, estava avaliando uma possível venda para se estabilizar.
JPMorgan, Bank of America e Citigroup entraram com a cartada final para evitar a falência do banco. Cada um entrou com US$ 5 bilhões em depósitos, sem contar com os investimentos de bancos melhores, ainda de acordo com o jornal americano.
Com o anúncio, as ações tiveram um suspiro e mantêm alta no início desta tarde 5,2%.
Com a situação caótica do Credit Suisse – que encontrou “fraquezas significativas” no seu balaço –, do Silicon Valley (SVB) e, agora, do First Republic, o setor bancário já pode pedir música de bola murcha no fantástico.
Ray Dalio, megainvestidor famoso por prever crises como a de 2008, alertou que que o colapso do Silicon Valley Bank (SVB) é um evento clássico de estouro da bolha no ciclo de dívida de curto prazo, que dura cerca de sete anos, e que estamos no final desse ciclo.
O início da crise: SVB e Credit Suisse
O governo americano anunciou a falência do Silicon Valley Bank (SVB) na última sexta-feira (10).
O Silicon Valley Bank (SVB) teve uma grande perda de quase US$ 2 bilhões em investimentos em títulos de dívida do governo dos EUA, mas o UBS diz que não há sinais de contágio no sistema bancário.
A Federal Deposit Insurance Corp (FDIC), seguradora do banco, alertou recentemente que os bancos americanos enfrentam perdas potenciais significativas associadas a essas carteiras de títulos.
Esta é a primeira instituição segurada pela entidade a fechar as portas nos últimos 2 anos.
Os investidores também estão preocupados com a possibilidade de os clientes retirarem seus depósitos em favor de títulos de dívida de curto prazo, que estão oferecendo maior retorno. Apesar disso, o UBS acredita que a situação é gerenciável e que as regras mais rígidas de liquidez desde a crise financeira de 2008 devem ajudar a evitar uma crise generalizada.
Dias depois, foi a vez de o Credit Suisse anunciar ter identificado “fraquezas significativas” na divulgação de resultados financeiros dos últimos anos devido a controles internos ineficientes.
A instituição precisou adiar seu balanço anual na semana passada, por conta de questionamentos da Securities and Exchange Commission (SEC, na sigla em inglês) sobre fluxos de caixa de 2019 e 2020, que foram revisados no relatório anual de 2021.
O CEO do Credit Suisse, Ulrich Koerner, procurou defender a base de liquidez do banco, dizendo que ela é “muito, muito forte”, em entrevista à CAN. “Cumprimos e superamos basicamente todos os requisitos regulatórios”, completou.
Imagem: divulgação