A Yduqs, antiga Estácio, divulgou ontem o balanço do quarto trimestre de 2022, com prejuízo de R$ 84,3 milhões, alta de 13,4% na comparação anual. O lucro líquido ajustado, que engloba ajustes de despesas não recorrentes, foi
revertido em prejuízo de R$ 8,4 milhões, frente ao lucro R$ 2,3 milhões no mesmo período de 2021, consequência do resultado financeiro pior.
A XP Investimentos disse que apesar de considerar os resultados neutros, o guidance da empresa aponta para uma possível recuperação em 2023, o que pode dar algum alívio para o papel. Às 10h50, a ação subia 0,67%, a R$ 7,41.
A companhia projeta crescimento de dois dígitos do seu ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado consolidado no primeiro trimestre de 2023 sobre o ebitda de R$ 400 milhões registrado no mesmo período do ano passado, e a previsão de investimento (capex) é de R$ 450 milhões, menor que os R$ 492 milhões aportados em 2022.
Para a Genial Investimentos, diante de um cenário de juros e inflação maior, junto de uma menor disponibilidade de renda e a maior seletividade no consumo das famílias, é difícil acreditar em alunos potenciais confiantes em adquirir um compromisso de médio/longo prazo com o ensino superior.
“Seguimos com nossa visão neutra para o setor educacional no Brasil, com recomendação de “manter” para Yduqs e um novo preço-alvo de R$ 10,25, que implica em um upside de 39,2%”, salientou a Genial.
A Guide Investimentos disse que o resultado trouxe boas métricas operacionais, mas deixou evidente que o maior problema da companhia hoje são as despesas financeiras. O resultado financeiro foi negativo em R$ 177 milhões, aumento de 18,2% na comparação com o último trimestre de 2021.
“A companhia vem conseguindo entregar uma melhora gradual de suas operações, com ganho de margem a mostrando potencial de repasse de preços. Entendemos que a dinâmica macro ainda não é a mais favorável para o setor, mas a empresa segue como nossa preferência dentre os nomes de educação. Um tema que pode destravar valor para a companhia (e para o setor) é a magnitude da queda dos juros no curto prazo, que poderia reduzir os encargos financeiros que vem consumindo a última linha”, detalhou a Guide.
O Bradesco BBI disse que as projeções da companhia são positivas, mesmo com uma possível queda de receita no campus, pois isso deve ser compensado pelas receitas premium/digitais e pela expansão de sua margem Ebitda. A número de alunos nos segmentos premium e digital deve cresce 10% no primeiro semestre, mas no presencial deve recuar 15%. A corretora manteve a recomendação Outperform, com preço-alvo de R$ 14,00, e ação negociada em 4,6x EV/EBITDA 2023.
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Emerson Lopes / Agência CMA
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Imagem: Piqsels