As ações do Credit Suisse despencaram nesta quarta-feira após o principal acionista do banco, o Saudi National Bank (SNB), da Arábia Saudita, descartar a possibilidade de oferecer mais assistência financeira à instituição.
“A resposta é absolutamente não, por muitas razões além da razão mais simples, que é regulatória e estatutária”, disse o presidente do SNB, Ammar Al Khudairy, em entrevista à Bloomberg TV.
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À Reuters, Khudairy reforçou que não poderia fornecer mais assistência financeira ao banco suíço. “Não podemos porque iríamos acima de 10%. É uma questão regulatória”, disse o banqueiro. Atualmente, o investidor saudita detêm 9,8% do Credit.
Ontem, o Credit Suisse disse ter identificado “fraquezas significativas” na divulgação de resultados financeiros dos últimos anos devido a controles internos ineficientes.
A instituição precisou adiar seu balanço anual na semana passada, por conta de questionamentos da Securities and Exchange Commission (SEC, na sigla em inglês) sobre fluxos de caixa de 2019 e 2020, que foram revisados no relatório anual de 2021.
O CEO do Credit Suisse, Ulrich Koerner, procurou defender a base de liquidez do banco, dizendo que ela é “muito, muito forte”, em entrevista à CAN. “Cumprimos e superamos basicamente todos os requisitos regulatórios”, completou.
As ações do banco suíço encerraram a sessão de hoje em queda de 24,2%, reduzindo algumas de suas perdas anteriores, depois de cair mais de 30% e terem suas negociações suspensas.
Devido aos receios de que as dificuldades do banco poderiam se tornar uma crise sistêmica, as ações dos bancos franceses Société Générale e BNP Paribas caíram mais de 10%, enquanto o alemão Commerzbank caiu 8,7% e o Deutsche Bank desceu 9,3%.
Na Itália, diversos bancos também tiveram as negociações suspensas após quedas acentuadas no pregão de hoje, incluindo o UniCredit, Finecobank e Monte Dei Paschi.
Larissa Bernardes / Agência CMA
Imagem: divulgação
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