O dólar comercial fechou em queda de 0,24%, cotado a R$ 5,2560. O driver do dia foi a preocupação com a falência de alguns bancos nos Estados Unidos e como isso pode impactar os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que tende a ser menos duro.
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Segundo o economista-chefe da Nova Futura Investimentos Nicolas Borsoi, “é um cenário sem muita definição do que fazer, uma bifurcação global. A dúvida é se algo setorial, dos bancos que atendem o setor de tecnologia, ou algo macro. A princípio, é apenas setorial, mas a incerteza segue no mercado”.
Já no âmbito doméstico, Borsoi destaca o arcabouço fiscal que, segundo o próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve ser apresentado ao presidente Lula ainda esta semana.
De acordo com o sócio da Ethimos Investimentos Lucas Brigato, “o CPI perdeu importância neste contexto, dado que o aperto monetário poderia agravar a crise financeira. Já fica o sinal que subir os juros poderia piorar o cenário”.
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) de fevereiro subiu 0,4% ante projeções de 0,5%, enquanto o acumulado de 12 meses, até fevereiro, foi de 6,0% ante projeções de 6,1%.
Brigato entende que este cenário global também reflete no Brasil, fazendo com que um corte na Selic (taxa básica de juros) possa ocorrer antes do esperado.
Para o sócio fundador da Pronto! Invest Vanei Nagem, “o CPI veio praticamente igual ao esperado. A quebra do Signature e Silicon Valley Bank aconteceu muito provavelmente devido ao aumento dos juros nos Estados Unidos, que gerou uma fuga de capital”. No Brasil, observa Nagem, o Banco Central (BC) faz um trabalho que não deixa que as instituições bancárias quebrem, como ocorreu nos Estados Unidos.
Nagem acredita que o dólar tende a ceder nos próximos dias, a começar por hoje. O executivo entende que, dado o cenário atual, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) vai rever o aumento dos juros, na próxima semana para a faixa entre a estabilidade e 0,25 ponto percentual (pp).
Paulo Holland / Agência CMA
Imagem: piqsels.com
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