As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) operam em alta, acompanhando uma expectativa de inflação persistente pelo mundo e incertezas domésticas.
Segundo Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, há um movimento de alta de juros nos Estados Unidos. Algumas casas já estão falando em 6% de taxa para conter a inflação, dado o mercado de trabalho ainda bastante aquecido, disse. Os treasuries também operam em alta.
Além disso, segundo ela, internamente temos incertezas quanto ao novo arcabouço fiscal. Enquanto não tivermos notícias que amorteçam essas incertezas, a curva vai continuar pressionada, disse Abdelmalack.
O dólar segue em alta. As incertezas que rondam a economia global, em especial Europa e Estados Unidos, seguem preocupando os mercados, mas a reabertura da China favorece as commodities. Para o analista da Ouro Preto Investimentos Bruno Komura, “temos um mercado exterior que está mudando bastante. Desde os dados do mercado de trabalho e da inflação, estamos vendo revisão sobre expectativa do que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) vai fazer”.
A Bolsa firma em queda e opera entre os 103 e 104 mil pontos com pressão de Petrobras e com falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sobre a alta de juros nos Estados Unidos. A Vale (VALE3), ação de maior peso no índice, tinha alta na abertura dos negócios, mas passou a realizar lucros também refletindo as falas de um dirigentes do Fed. A ação caía 0,25%. Os papéis da Petrobras (PETR3 e PETR4) caíam 1,73% e 2,13%.
Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos, disse que a Petrobras e os juros nos Estados Unidos pressionam o índice. “Um dos dirigentes do Fed disse que pode ter um aumento de 50 ponto porcentual (pp) [nos juros dos EUA], antes a sugestão era 5,40%[taxa no fim do ciclo]. Em relação à Petrobras, o mercado está cético com o que pode acontecer com a política de paridade de preços. A empresa acabou de soltar um comunicado que não está em discussão isso, mas entrou em pauta desde a eleição. Pegou mal a questão dos dividendos. Os 0,50 centavos que devem ser retidos é a confirmação da política que era falada, mas não pega bem para o mercado e nem para o ativo e acaba reforçando o fluxo vendedor que começou alguns dias atrás com a taxação de exportação de petróleo”.
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Pedro do Val de Carvalho Gil / Agência CMA
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Imagem: Piqsels