Analistas do BTG Pactual estiveram na sexta-feira com a diretoria executiva da Engie para discutir expectativas do setor para 2023. Entre os destaques do encontro, o sentimento da Engie de que o cenário atual de preços baixos da energia deve persistir.
Isso porque além de depender naturalmente das chuvas – que são voláteis e podem mudar rapidamente de uma estação chuvosa para outra – os preços da energia têm sido atingidos pelas expectativas de superoferta.
“Forte crescimento da oferta de energia renovável (impulsionada por subsídios para energia centralizada e geração distribuída) e fraco crescimento da demanda têm pressionado os preços da energia”, diz análise.
Apesar de as curvas do Dcide apontarem para preços da energia a longo prazo (2024-27) de R$ 102/MWh, os executivos da Engie disseram que que os preços atuais estão 10% acima do Dcide, afetados por temores de mudanças regulatórias no preço mínimo spot (PLD), o que também pode ter influenciado a disposição das empresas de vender energia de longo prazo a preços mais baixos.
Engie disse que o pedido de redução do preço spot mínimo de R$ 70/MWh para R$ 15/MWh não é fundamentado, pois não cobre sequer os custos de O&M. Na pior das hipóteses, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) terá que criar uma nova sistemática para a fixação do preço mínimo, diz o BTG
A companhia informou também que os principais temas regulatórios para 2023 permanecem: o Projeto de Lei nº 414, remunerar as hidrelétricas pelo abastecimento garantido, menores menores subsídios e integração dos sistemas energéticos latino-americanos.
Camila Brunelli / Agência CMA
Imagem: divulgação
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