O Mercado Livre divulgou ontem o balanço do quarto trimestre de 2022, com lucro líquido de US$ 164,7 milhões, após prejuízo de US$ 46,1 milhões no mesmo período de 2021.
Em 2022, o lucro líquido foi de US$ 482 milhões, bem acima dos US$ 83 milhões alcançados em 2021. A receita líquida fechou em US$ 3 bilhões, alta de 56,5% na comparação com o mesmo período de 2021.
A receita líquida do braço financeiro da companhia, Mercado Pago, cresceu 73,5%, alcançando US$ 1,3 bilhão. O volume total de pagamentos chegou a US$ 36 bilhões, alta de 80% em comparação ao mesmo período de 2021.
No Brasil, o desempenho na Black Friday impulsionou o crescimento das vendas e superou a performance do mercado, que recuou 23% na comparação com o mesmo período de 2021.
Para a corretora Genial Investimentos, o resultado veio em linha com suas estimativas, demonstrando a grande capacidade de execução como ponto positivo. A companhia reportou um crescimento do GMV no Brasil de 29%, demonstrando a capacidade de execução acima de seus pares nacionais.
“Em nossa visão, o Mercado Livre deve continuar performando acima de seus pares na vertical de e-commerce, oferecendo uma variedade de serviços que se complementam e impulsionam o crescimento”, destacou a Genial.
Sobre a vertical de serviços financeiros, a Genial afirmou que apesar do bom desempenho, a PDD abaixo das expectativas implicará na existência de um risco para o crescimento saudável das operações de crédito da Fintech no futuro, a medida em que o envelhecimento das parcelas em atraso deve continuar pressionando a inadimplência acima de 90 dias, mesmo frente a nova posição mais conservadora adotada recentemente.
Por fim, a corretora afirmou que o Mercado Livre está no caminho certo na tentativa de controlar a concessão de crédito, dado o cenário macro desafiador, já colhendo frutos positivos em uma inadimplência abaixo de 90 dias desacelerando. Porém, a carteira gerada no passado recente ainda deve pressionar o NPL > 90, de modo que a PDD deveria ser um ponto de atenção para reduzir o impacto do crescimento mais exponencial visto até o segundo trimestre de 2022 e conseguir recompor a aceleração saudável da carteira em um futuro próximo, garantindo o bom desempenho operacional da Fintech no médio prazo, a medida em que as condições econômicas melhorarem.
Emerson Lopes / Agência CMA
Imagem: divulgação
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