A Rumo divulgou ontem o balanço do quarto trimestre de 2022, com lucro líquido de R$ 243 milhões, revertendo prejuízo de R$ 384 milhões apurado no quarto trimestre de 2021, impulsionado pela melhora dos resultados operacionais e ganho de capital na alienação de participação acionária na EPSA.No ano, o lucro foi de R$ 514 milhões.
A dívida abrangente líquida reduziu para o patamar de R$ 9,1 bilhões, acelerando o processo de desalavancagem da companhia, que terminou o ano com alavancagem em 2,0x dívida líquida/EBITDA Ajustado, em comparação ao patamar de 2,8x apurado no final do ano anterior.
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado somou R$ 905 milhões, alta de 100% em relação ao mesmo período de 2021, e R$ 4,5 bilhões em 2022, crescimento de 38% em comparação a 2021.
A margem EBITDA ajustada fechou o trimestre em 40,81%, com 13,1 p.p. de alta e o ano em 46,1%, 1,8 p.p. acima de 2021. O ganho de 6% em eficiência energética no ano e a redução do direito de passagem cobrado pela MRS, que apresentou decréscimo desde o final do mês de maio, mitigaram parcialmente o aumento de 42% do preço de combustível, que juntamente com o maior volume transportado, elevaram o custo variável em 45%.
A receita líquida somou R$ 2,2 bilhões, crescimento de 46,8% em comparação ao último trimestre de 2021. O resultado é consequência do crescimento de volume transportado e aumento de tarifa, que cresceu 39% no quarto trimestre e 17% em 2022. No acumulado do ano, a melhora da receita ocorreu em todas as operações da companhia, com crescimento de 39% na Operação Norte, 7% na Operação Sul e 39% na Operação de Contêineres.
O volume transportado foi de 17,9 bilhões de TKU, 13% acima do quarto trimestre de 2021. No ano, a Rumo transportou um volume recorde, de 74,9 bilhões de TKU, crescimento de 17%.
Segundo o relatório da companhia, o resultado reflete uma dinâmica de mercado mais construtiva, com aumento da safra e maior competitividade da Rumo, suportado pelo aumento da capacidade, principalmente na Operação Norte. O transporte de produtos agrícolas foi o principal vetor de crescimento, com destaque para o aumento de volumes em milho e farelo de soja. O transporte de combustíveis também registrou aumento em comparação ao ano anterior.
O volume da operação de contêineres cresceu 18% no quarto trimestre de 2022 e 13% em 2022, alcançando 980 milhões de TKU no trimestre, 3.751 milhões de TKU em 2022 e superando pela primeira vez a marca de 100 mil contêineres no ano. O resultado se deve ao crescimento no segmento de exportação, com destaque para o algodão, além do maior volume de bobinas de papel do projeto Klabin e das cargas refrigeradas. O mercado interno apresentou boa performance em bens de consumo, milho, fertilizante e defensivos agrícolas.
O resultado financeiro líquido foi impactado em R$ 180 milhões quando comparado ao quarto trimestre de 2021. A variação monetária sobre os passivos de concessão e o custo da dívida abrangente líquida cresceram majoritariamente em função do aumento da taxa SELIC e consequente impacto no CDI, principais indexadores dos passivos de concessão e das dívidas da Companhia. O portfólio de dívidas está predominantemente atrelado ao CDI, seja contratualmente ou via instrumentos derivativos.
O investimento total foi de R$ 740 milhões no trimestre e R$ 2,7 bilhões em 2022, variação de 6% e -21%, respectivamente, em linha com o guidance. O Capex recorrente foi de R$ 336 milhões no trimestre e R$ 1,1 bilhão no ano, crescimento de 11% e 4% respectivamente. O Capex de expansão alcançou R$ 404 milhões no quarto trimestre de 2022 e R$ 1,5 bilhão em 2022.
Emerson Lopes / Agência CMA
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