O mercado financeiro inicia esta semana em um cenário de forte volatilidade, com um movimento de vendas generalizado que segue a tendência da última sexta-feira (2). A divulgação do payroll abaixo das expectativas nos Estados Unidos intensificou os temores de uma desaceleração econômica, levando a quedas significativas nos principais índices globais.
Este panorama aumenta a cautela entre os investidores, que agora buscam entender o que esperar nos próximos dias.
Desempenho dos mercados globais
A semana começou com perdas expressivas nas principais bolsas ao redor do mundo. O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, registrou uma queda histórica de 12,4%, a maior desde a Black Monday de 1987.
Esse movimento apagou os ganhos acumulados em 2024, colocando o mercado japonês em território negativo e acendendo um alerta para uma possível tendência de baixa. O impacto foi sentido globalmente, com o S&P 500 futuro caindo 3% e o Stoxx Europe desvalorizando 2,6%.
- S&P 500 Futuro: −2,9%
- STOXX 600: −2,6%
- FTSE 100: −2,4%
- Nikkei 225: −12,4%
- Hang Seng: −1,5%
- Shanghai SE Comp.: −1,5%
- MSCI EM: −4,1%
As criptomoedas também não foram poupadas da onda de vendas. O Bitcoin, por exemplo, recuou 13,6%, atingindo US$ 51.121,52. O mercado de petróleo registrou quedas, com o WTI caindo 1,9%, sendo negociado a US$ 72,1 o barril.
Tensão geopolítica e impactos nos mercados
As tensões no Oriente Médio, especialmente entre Israel e Irã, aumentam a aversão ao risco, pressionando ainda mais os mercados globais. O petróleo, que já vinha em queda, sente o impacto das incertezas geopolíticas, reforçando a percepção de que a economia global pode estar se encaminhando para uma recessão.
Indicadores importantes:
- Petróleo WTI: −1,9% a US$ 72,1 barril
- Brent: −1,5% a US$ 75,35 barril
- Futuro do minério de ferro em Singapura: +0,3% a US$ 104,1
- Bitcoin: −13,6% a US$ 51.121,52
- Dollar Index: −0,3%
Nos Estados Unidos, a expectativa de cortes mais agressivos nas taxas de juros pelo Federal Reserve ganha força. Atualmente, 70% dos analistas acreditam em um corte de 0,5 ponto percentual, ao invés dos 0,25 pontos anteriormente projetados. A decisão do Fed será crucial para o direcionamento dos mercados nas próximas semanas.
Cenário doméstico
No Brasil, o cenário global instável também traz desafios. O Ibovespa encerrou a sexta-feira com uma queda de 1,21%, marcando 125.854 pontos. O dólar recuou 0,45%, sendo cotado a R$ 5,709, mas acumulou alta de 0,91% na semana passada. Com a expectativa de novos dados econômicos importantes nos Estados Unidos e na China, o mercado local deve permanecer atento a esses indicadores.
Hoje, o Boletim Focus trouxe as mais recentes projeções do mercado para PIB, IPCA, dólar e Selic, fundamentais para a tomada de decisões dos investidores. Além disso, o PMI composto de julho e a ata do Copom, a ser divulgada amanhã (6), são eventos que devem influenciar o mercado ao longo da semana.
Destaque para balanços de empresas
No cenário corporativo, o início da semana será marcado pela divulgação de importantes balanços de empresas. Hoje, já foi divulgado o lucro do Bradesco, que registrou um resultado positivo de R$ 4,7 bilhões no segundo trimestre de 2024, uma alta de 12%. Entre as empresas que também divulgarão seus resultados ao longo do dia estão BB Seguridade, Aura Minerals, Iochpe-Maxion, Pague Menos, Tegma e Vamos.
Balanços da semana:
- Hoje: BB Seguridade, Aura Minerals, Iochpe-Maxion, Pague Menos, Tegma, Vamos.
- Ao longo da semana: GPA, Itaú, Prio, Banco Pan, Banco do Brasil, Casas Bahia, Minerva, Qualicorp, Ultrapar, Suzano, B3, Magazine Luiza, Sabesp.
Imagem: Kim Kyung-Hoon