Durante o evento CEO Conference, nesta terça-feira (14), Roberto Campos Neto, o presidente do Banco Central, disse que “não é a hora de fazer experimentos com o Brasil”. O evento é realizado pelo banco BTG Pactual, e reúne os maiores líderes empresarias e políticos do país.
“O debate é sempre importante, mas não acho que seja hora de fazer experimentos no Brasil. Tem gente querendo fazer investimentos, tem muitos projetos a serem iniciados. É esse o caminho”, disse Campos Neto no encontro.
Em conversa com o CEO do BTG, Roberto Sallouti, RCN fez menção ao caos político que o Peru vive desde 2022, e que, apesar da instabilidade no país, a economia permaneceu sólida.
“No Peru, os eventos políticos poderiam derrubar o mercado, mas a autonomia do Banco Central consegue manter a economia o mais próximo da estabilidade”, apontou.
Além da comparação com os peruanos, o economista mencionou que no Chile um dos 10 princípios a serem seguidos para formarem nova constituição do país, é a independência do Banco Central chileno.
Em outro momento, Campos Neto ressaltou “Dá para fazer um fiscal responsável, sem acabar com o social.”
A fala do presidente do BC ocorre após ataques do Presidente da República, Lula, a decisão da manutenção da taxa Selic em 13,75% na última reunião do Copom – a principal autoridade monetária do país. O órgão compõe a estrutura do Banco Central, instituição presidida pelo RCN.
O petista tem feito diversos ataques públicos ao BC, já que não concorda com a política monetária atual, e desde então, a independência da instituição tem sido pauta nos últimos dias.
As sinalizações feitas por Roberto Campos Neto são apenas mais uma resposta a todo burburinho que ronda o mercado.
“É uma vergonha esse aumento de juros e a explicação que eles deram para a sociedade brasileira”, disse Lula na segunda-feira (6) em discurso no evento do BNDES.
A principal crítica de Lula é sobre a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que aconteceu no dia 01/02. Este é o maior patamar para a taxa desde janeiro de 2017.
Imagem: Foto própria realizada no evento