O BTG Pactual divulgou hoje o balanço do quarto trimestre de 2022, com lucro líquido de R$ 1,64 bilhão, queda de cerca de 5% em comparação com o mesmo período de 2021, e R$ 7,84 bilhões em 2022. Na comparação anual, o aumento foi de 23,6% no lucro líquido ante os R$ 6,34 bilhões registrados em 2021.
O lucro líquido ajustado por unit e o retorno ajustado anualizado sobre o patrimônio líquido médio do BTG Pactual (ROAE anualizado) foram de R$ 0,46 e 16,7%, respectivamente, no trimestre e R$ 2,17 e 20,8%no ano de 2022. Em 31 de dezembro de 2022, os ativos totais do BTG Pactual somaram R$ 450,6 bilhões, um aumento de 2,4% em comparação com o trimestre findo em 30 de setembro de 2022.
O lucro líquido ajustado foi de de R$ 1,76 bilhão no quarto trimestre de 2022. Excluindo o efeito de provisões não-recorrentes, o total de receitas teria sido de R$ 4,82 bilhões e o lucro líquido ajustado seria de R$ 2,34 bilhões no trimestre.
Excluindo a provisão não-recorrente que impactaram negativamente o trimestre como evento subsequente, as receitas totais do banco foram de R$ 18,4 bilhões no ano, e R$ 4,8 bilhões no trimestre, avanços de 33% e 38%, respectivamente. As receitas foram de R$ 3,62 bilhões, crescimento de 4% em relação ao quarto trimestre de 2021. Para o ano de 2022, as receitas atingiram o recorde de R$ 17,2 bilhões, 24,1% acima em comparação a 2021.
Já o lucro líquido ajustado pelos impactos descritos anteriormente foi de R$ 8,9 bilhões em 2022, e R$ 2,3 bilhões no quarto trimestre de 2022, aumentos de 37% e 33% em igual base de comparação. O ROAE ajustado foi de 22,1% no ano, também se desconsiderados os efeitos da PDD não recorrente.
Segundo o balanço da companhia, devido “a um evento específico que foi amplamente divulgado”, o banco provisionou R$ 1,12 bilhão na área de Corporate & SME Lending em função da nossa exposição de crédito e R$ 77 milhões na área de Sales & Trading em função de sua exposição a outros instrumentos financeiros.
Este evento específico (Americanas) também impactou as despesas com bônus, que foram reduzidas em R$ 153,1 milhões, e as despesas com imposto de renda e contribuição social, que diminuíram R$ 466,9 milhões neste trimestre. Dessa forma, no agregado, as provisões não recorrentes impactaram negativamente o lucro líquido do BTG Pactual em R$ 580 milhões.
“É importante destacar que adotamos medidas rápidas e necessárias para proteger os interesses de nossos clientes e acionistas, e este evento isolado não reflete o estado geral de nossos negócios. Continuamos confiantes que o nosso foco na prestação de serviços financeiros de alta qualidade aos nossos clientes nos permitirá superar esse evento específico, e que continuaremos a gerar valor de longo prazo aos nossos acionista”, detalhou o balanço da companhia.
O banco reportou crescimento expressivo nas principais linhas de negócios no ano, com destaque para o aumento da contribuição das franquias de clientes na receita total. Em 2022, o BTG captou R$ 254 bilhões, alcançando R$ 1,3 trilhão em recursos de clientes sob gestão e administração. No trimestre, a captação líquida foi de R$ 68 bilhões.
“Em 2022 entregamos recordes de receita e lucro líquido, apesar do ambiente macroeconômico mais desafiador e de eventos não recorrentes que impactaram nosso resultado. Nossa performance reflete a diversificação das nossas áreas de negócio e a excelência dos nossos serviços prestados à clientes e parceiros. Apesar de todos os desafios, esperamos retornos superiores em 2023, com maior alavancagem operacional e níveis de capital e liquidez possivelmente ainda superiores”, afirmou Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual.
A área de Investment Banking manteve sua posição de liderança nos rankings da indústria e, apesar do cenário desafiador, apresentou receita de R$ 485 milhões, aumento de 17% em relação ao quarto trimetre de 2021. No ano, a área atingiu R$ 1,8 bilhão em receitas, o segundo melhor resultado da história, com forte contribuição das áreas de DCM e M&A, que registraram recordes de receitas no ano.
A área de Corporate & SME Lending atingiu receita de R$ 2,7 bilhões em 2022, avanço de 5% na comparação anual. No quarto trimestre, a receita foi de R$ 105 milhões, impactada por provisão não-recorrente mencionadas anteriormente. Excluídos os efeitos da provisão, o crescimento da receita no quarto trimestre de 2022 seria de 31%, para R$ 1,2 bilhão. O portfólio de crédito atingiu R$ 144,3 bilhões em 2022, avanço de 35,3% sobre 2021.
A área de Sales & Trading apresentou forte contribuição de receitas oriundas das franquias de clientes, e encerrou 2022 com receita total de R$ 5,3 bilhões, crescimento de 23,8% frente a um forte 2021. No trimestre, a receita da área foi de R$ 1,1 bilhão. Em um ambiente de maior incerteza, o banco manteve uma alocação de risco eficiente, com VaR de 0,27% no trimestre, o menor nível do ano e abaixo da média histórica.
Em Asset Management, o total de ativos sob gestão e administração (AuM e AuA) totalizou R$ 707,3 bilhões em 2022. A captação líquida foi de R$ 33 bilhões no trimestre, e de R$ 133,8 bilhões no ano. Já a receita da área foi de R$ 429,2 milhões no quarto trimestre de 2022, aumento de 19% em relação ao mesmo período de 2021. Em 2022, registramos receitas recordes para um ano totalizando R$ 1,6 bilhão, avanço de 31% em relação a 2021.
Em Wealth Management & Consumer Banking, o total de ativos sob custódia (WuM) chegou a R$ 546 bilhões, com captação líquida de R$ 35 bilhões no trimestre, e de R$ 119,8 bilhões no ano. A área apresentou novo recorde de receitas no trimestre, para R$ 686,1 milhões, avanço de 53% frente a quarto trimestre de 2021. No resultado anual, a receita atingiu R$ 2,5 bilhões, aumento de 66% em relação a 2021.
O índice de Basileia fechou o quarto trimestre de 2022 em 15,1%, apesar do pagamento de JCP e dos impactos da provisão não-recorrente, e o índice de cobertura de liquidez (LCR) foi de 233%.
As despesas operacionais totalizaram R$ 1,88 bilhão no quarto trimestre de 2022 e R$ 7,75 bilhões no ano (alta de 35,6% em relação a 2021). Esse aumento foi principalmente relacionado a maiores despesas com salários e benefícios devido ao acréscimo de 35,1% no número de funcionários durante o ano, maiores despesas administrativas e outras, principalmente devido à expansão das nossas plataformas de varejo digital e aumento nas despesas de amortização de ágio, resultado das aquisições de pequeno e médio porte que realizamos.
Emerson Lopes / Agência CMA
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