As receitas reais de serviços saltaram 3,1% em dezembro ante novembro, muito acima das estimativas (XP: 1,5%; consenso: 1,3%).Esse resultado mais do que compensou o declínio acumulado de 1% nos últimos dois meses. Com isso, o setor terciário cresceu 1% no 4º trimestre em relação ao 3º trimestre de 2022, após ajuste sazonal – desaceleração frente à expansão de 3% registrada na leitura trimestral precedente. O faturamento real de serviços subiu 6,0% em dezembro de 2022 ante o mesmo mês de 2021.Em 2022 como um todo, o setor avançou 8,3%.O índice geral de serviços está rodando cerca de 14,5% acima do patamar pré-pandemia. A avaliação é da XP.
“Os fortes resultados no final do ano passado precisam ser avaliados com cautela, em nossa opinião”, ressalta relatório. Em primeiro lugar, o aumento expressivo no grupo de Outros Serviços (10,3% em dez/nov) respondeu por grande parte da surpresa entre a nossa estimativa e o resultado observado. Tal grupo é muito mais volátil do que a média dos componentes da PMS. Diversas atividades compõem Outros Serviços, mas vale ressaltar a participação de serviços financeiros e correlatos.
“Além disso, reforçamos a necessidade de atenção adicional na análise dos resultados dessazonalizados referentes ao final de 2022, devido às influências da Copa do Mundo de Futebol, ação promocional Black Friday e oscilações algumas vezes acentuadas em deflatores setoriais.Olhando adiante, acreditamos que as receitas reais de serviços crescerão a um ritmo moderado em 2023 (prevemos alta de 2,5% ante 2022),em linha com a dissipação dos impulsos pós-pandemia e uma demanda mais fraca das companhias. Mantemos o cenário de arrefecimento da atividade doméstica ao longo do ano: antevemos aumento de 1% para o PIB de 2023, após 3% em 2022”, aponta a XP.
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Imagem: Antonio Cruz/ Arquivo/Agência Brasil