A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) informou hoje que moagem de cana-de-açúcar na segunda quinzena de janeiro na região Centro-Sul totalizou 307,30 mil toneladas. Nesse mesmo período, no ano anterior, não houve processamento de cana-de-açúcar. No acumulado da safra 2022/2023, a moagem atingiu 542,39 milhões de toneladas, ante 522,62 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo 2021/2022 um avanço de 3,78%.
Ao término da quinzena, permanecem em operação 13 unidades no Centro-Sul, sendo três unidades com processamento de cana-de-açúcar e 10 empresas que fabricam etanol a partir do milho. No mesmo período, na safra 2021/2022, havia nove parques fabris em atividade.
Vale destacar que o índice pluviométrico que vem se materializando nos últimos meses, especialmente em dezembro e janeiro, contribui para o bom desenvolvimento da lavoura e coloca expectativas favoráveis para a safra que irá se iniciar em abril.
A qualidade da matéria-prima colhida acumulada desde o início da safra até a segunda metade de janeiro, mensurada em kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar processada, apresentou redução de 1,29% na comparação com o mesmo período do ciclo agrícola anterior, atingindo 141,15 kg de ATR por tonelada nesta safra.
PRODUÇÃO
A produção de açúcar na segunda metade de janeiro totalizou 16,65 mil toneladas. No acumulado desde o início da safra 2022/2023, a fabricação do adoçante totalizou 33,50 milhões de toneladas, contra 32,06 milhões de toneladas do ciclo anterior (+4,49%).
Na segunda quinzena de janeiro, 213,31 milhões de litros (+29,65%) de etanol foram fabricados pelas unidades do Centro-Sul. Do volume total produzido, o etanol hidratado alcançou 102,66 milhões de litros (-22,50%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 110,65 milhões de litros (+225,18%).
No acumulado desde o início do atual ciclo agrícola até 31 de janeiro, a fabricação do biocombustível totalizou 27,89 bilhões de litros (+3,45%), sendo 16 bilhões de etanol hidratado (-0,49%) e 11,89 bilhões de anidro (+9,29%).
Do total de etanol fabricado na segunda metade de janeiro, 94% foram fabricados a partir do milho, registrando produção de 200,65 milhões de litros neste ano, contra 162,81 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2021/2022 avanço de 23,24%. No acumulado desde o início da safra, a produção de etanol de milho atingiu 3,64 bilhões de litros – avanço de 26,23% na comparação com igual período do ano passado.
VENDA
No mês de janeiro, as vendas de etanol registradas foram bastante robustas, totalizando 2,17 bilhões de litros, o que representa um aumento de 23,10% em relação ao mesmo período da safra 2021/2022.
No mercado interno, o volume de etanol hidratado comercializado totalizou 997,80 milhões de litros, o que significa um avanço de 8,83% em relação ao mesmo período da safra anterior. O volume vendido na segunda quinzena do mês foi suficiente para inverter a tendência negativa observada na primeira metade de janeiro. Esse movimento, concomitantemente, coloca a venda de etanol hidratado em um terreno positivo dentro do ano safra, quando comparado com o ciclo agrícola anterior até o momento, 13,21 bilhões de litros de hidratado carburante, um acréscimo de 0,65% em relação à safra 2021/2022.
A venda de etanol anidro carburante, por sua vez, atingiu a marca de 979,42 milhões de litros, registrando crescimento de 23,24%. Esse valor, que se aproxima das vendas de etanol hidratado em janeiro, indica não apenas que o consumo final do biocombustível diretamente pelos veículos deve ser mais forte no mês, mas que a demanda de Ciclo Otto segue robusta, o que puxa as vendas de anidro para atendimento da mistura na gasolina C.
No acumulado de abril de 2022 até 31 de janeiro de 2023, foram comercializados 14,06 bilhões de litros de hidratado carburante (+0,85%) e 10,61 bilhões de litros de etanol anidro (+17,06%). Desses volumes supramencionados, 6% correspondem a operações de exportação, para o etanol hidratado, enquanto 13% é a representatividade das vendas ao mercado externo de etanol anidro, em relação ao total comercializado pelos produtores.
MERCADO DE CBIOS
Dados da B3 registrados até o dia 8 de fevereiro indicam a emissão de 3,12 milhões de CBios em 2023. Até a data supracitada, a parte obrigada do programa RenovaBio havia adquirido cerca de 36,67 milhões de créditos de descarbonização.
As distribuidoras de combustíveis, que constituem a parte obrigada no programa, deverão, em 2023, aposentar uma quantidade de CBios equivalente às metas de 2022 e do ano corrente. Assim, além dos 36,72 milhões de créditos considerados débitos de 2022 cujo cumprimento foi postergado, um adicional de cerca de 35,45 milhões referentes a meta de 2023 devem ser adquiridos e aposentados para que o compromisso para com as reduções de emissões propostas pelo programa seja mantido. Vale lembrar que cada CBio representa uma tonelada de CO2eq. que deixou de ser emitida graças à substituição de combustíveis fósseis por biocombustíveis.
Emerson Lopes / Agência CMA
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