O Ibovespa futuro opera em queda com os investidores ainda repercutindo a possível alteração da meta da inflação de que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, teria proposto essa mudança para a equipe econômica na véspera. Somado a isso, os investidores devem repercutir o balanço do Bradesco, prejudicado pela Americanas, e o efeito foi sentido na queda dos ADR do banco em Nova York.
Outro ponto de atenção dos agentes financeiros fica para o cenário externo com a preocupação com os juros norte-americanos, de que a redução não deve acontecer este ano. O mercado espera por fala de alguns dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e ainda tem índice de confiança de Michigan.
Por aqui, os dados de serviços, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostraram crescimento de 3,1%em dezembro no comparação mensal e 6,0% em base anual. Todos acima da expectativa do mercado.
No âmbito corporativo, o Bradesco reportou lucro recorrente de R$ 1,595 bilhão no 4T22, queda de 75,9% na comparação anual, abaixo do esperado. O banco provisionou 100% de exposição à Americanas. Os papéis devem reagir de forma negativa no pregão de hoje, diferentemente do que foi o Itaú.
Às 9h50 (horário de Brasília), o Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro caía 0,74%, aos 107.260 pontos. Os futuros norte-americanos e as bolsas europeias operavam em queda. Na Ásia, a maioria dos índices fechou em baixa.
Os analistas da Commcor Corretora disseram, em relatório, que os investidores seguem atentos aos “desdobramentos em relação à questão da possível mudança da meta da inflação e ‘ligados’ no exterior, enquanto unsse prendem à falas de Powell, outros desafiam a calmaria e se posicionampara um continuado ciclo de aperto monetário pelo Fomc”.
Os analistas da Commcor Corretora disseram que o resultado do Bradesco “promete pressão baixista adicional por aqui ao já ‘machucado’ papel. De modo geral, parece difícil encontrar alguma métrica que ajude o papel no curto prazo, especialmente com aumento da inadimplência-atribuído em parte pela alta da inflação e queda da rentabilidade”.
Soraia Budaibes / Agência CMA
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