As declarações de Gabriel Galípolo, diretor de política monetária e possível futuro presidente do Banco Central, movimentaram o mercado financeiro nesta semana. Galípolo reforçou o compromisso do Banco Central em atingir a meta de inflação de 3% e defendeu a independência dos membros do Comitê de Política Monetária (Copom), afirmando que eles estão dispostos a adotar as medidas necessárias, inclusive a elevação dos juros, se necessário.
Ele também comentou sobre a percepção equivocada de que os diretores indicados pelo presidente Lula estariam impedidos de votar por uma alta na taxa de juros. Segundo Galípolo, todos os diretores do Copom demonstraram unanimidade na disposição de agir para alcançar a meta de inflação.
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Inflação e IPCA
Hoje foi divulgada a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que registrou 0,38% em julho, ligeiramente acima do esperado. O aumento foi impulsionado pelos preços da gasolina, que subiram mais de 3%, e das passagens aéreas. Com esse resultado, a inflação acumulada em 12 meses chegou a 4,5%, atingindo o teto da meta definida pelo Banco Central, que é de 3%, com variação de até 1,5% para cima ou para baixo.
Impactos nos mercados
As declarações de Galípolo e a alta na inflação impactaram diretamente o desempenho do Ibovespa, que subiu 1,35% hoje, fechando acima dos 130 mil pontos pela primeira vez na semana. O índice acumula alta de 3,78% na semana, com os investidores animados pelas perspectivas econômicas.
Entretanto, a Petrobras teve um impacto negativo no índice ao registrar uma queda de 1% em suas ações após divulgar um prejuízo de R$ 2,6 bilhões no segundo trimestre de 2024. Este foi o primeiro prejuízo da empresa desde 2020, surpreendendo o mercado, que esperava um resultado positivo.
Cenário internacional
Nos Estados Unidos, a possibilidade de o Federal Reserve (Fed) cortar os juros em setembro voltou a ser predominante no mercado, o que trouxe otimismo para as bolsas. Os três principais índices de ações americanos fecharam em alta, impulsionados por dados econômicos que indicam uma desaceleração econômica, mas não uma recessão.
Essa perspectiva também trouxe otimismo para o mercado brasileiro, refletindo-se na alta contínua do Ibovespa ao longo da semana.