As taxas curtas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam em alta. Isso reflete o cenário doméstico, que vê uma nova escalada da inflação, além do persistente risco fiscal.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, variou 0,53% em janeiro. A expectativa do mercado era de +0,58%.
A desaceleração da inflação no mês é boa notícia, puxada por alimentos e bens industriais, inclusive com vestuário negativo. Núcleos e difusão também caíram, afirma Rafaela Vitória, economista-chefe do Banco Inter. A inflação de serviços em 0,6% ainda está alta, como esperado. No mês, foi puxada por reajustes pontuais de comunicação. Mas a tendência é de queda, continua. Segundo ela, a inflação pode surpreender sendo mais baixa que o esperado e a política monetária restritiva vai continuar sendo alvo de críticas.
Por outro lado, a Terra Investimentos, em relatório, destaca que os principais núcleos de inflação não emitiram sinais coerentes entre si em janeiro.
A média dos 5 núcleos passou de 0,67% em dezembro para 0,51% em janeiro, ainda que 3 de seus 5 componentes tenham avançado na margem, afirmou o time da casa. Os núcleos não traçam um quadro tão tranquilizador quanto sugere o recuo do headline, mas tampouco chancelam uma avaliação alarmista, completou.
A curva mais longa, entretanto, firmou alta. Segundo a Rico, apesar do cenário de curto prazo favorável, as perspectivas mais longas trazem preocupação no cenário doméstico.
Isso porque o aumento do risco fiscal no país impacta o controle da alta de preços pelo Banco Central, podendo colocar em xeque o cenário de alívio nos preços, afirmou o time de economistas da casa. Afinal, quanto maior o gasto público, maior a demanda por bens e serviços, maior a tendência de desvalorização da moeda, maiores as expectativas de inflação no futuro, e maior a pressão sobre os preços na economia, completou.
Por volta das 16h42 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 13,430% de 13,540% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 12,860%, de 12,830%, o DI para janeiro de 2026 ia a 12,955%, de 12,810%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 13,125% de 12,915% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em alta, cotado a R$ 5,2680 para venda.
Pedro do Val de Carvalho Gil / Agência CMA
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