Os índices futuros americanos abriram em queda e as bolsas europeias abriram em alta. O mercado ainda analise o discurso de ontem (7) do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, durante o evento The
Economic Club of Washington, nos Estado Unidos.
Ele disse que o processo de desinflação já começou e que o início aconteceu pelo setor de bens. Por outro lado, Powell lembrou que esse é o início de um processo e que ainda há muito trabalho a ser feito.
Na semana passada, o payroll (relatório de emprego dos EUA) referente a janeiro, mostrou que a economia está aquecida. O país criou 517 mil postos de trabalho. O número de vagas ficou acima da projeção dos analistas, que esperavam abertura de 186 mil vagas, enquanto a taxa de desemprego caiu para 3,4%, a menor desde 1969.
Com a economia em recuperação, o Fed deverá manter uma postura mais conservadora em relação à queda dos juros em sua próxima reunião, em março. Na semana passada, o Fed subiu os juros em 0,25 ponto percentual, levando a taxa para a faixa de 4,5% a 4,75%. A inflação anual nos EUA chegou a 6,5% em dezembro.
Por aqui, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua sua cruzada contra os juros altos e o presidente do Banco Central do Brasil (BC), Roberto Campos Neto. O presidente cobrou vigilância dos ministros que integram o Conselho Monetário Nacional, órgão que pode encaminhar ao chefe do Executivo o pedido de destituição do presidente do BC. A troca tem que passar pelo aval do Senado. Por outro lado, as investidas do presidente Lula também contribuem para o aumento dos juros futuros para os empréstimos.
Ontem, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) disse que as pressões inflacionárias globais se atenuaram, mas ainda há bastante incerteza sobre como se dará a desaceleração da inflação e tal processo tende a ser não linear. Além disso, os membros do Cômite acreditam que a revisão do arcabouço fiscal diminui a visibilidade sobre as contas públicas para os próximos anos e introduz prêmios nos preços de ativos, impactando as expectativas de inflação.
Na semana passada, o Copom decidiu manter a taxa Selic em 13,75%, pela quarta vez consecutiva, e disse que os próximos passos da política monetária poderão ser ajustados e o ciclo de ajuste poderá ser retomado caso o processo de desinflação não transcorra como esperado. As projeções de inflação do Copom são de 5,6% para 2023 e 3,4% para 2024.
Amanhã (9) será divulgado o Indice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referente ao mês de janeiro. O IPCA subiu 0,62% em dezembro, acima da alta de 0,41% em novembro. Com isso, o país fechou 2022 com inflação acumulada de 5,79%, acima da meta definida pelo governo. Para 2022, a meta era de 3,5% com teto de 5%. Embora tenha estourado o teto da meta, ficou bem abaixo do registrado em 2021, quando ficou em 10,06%.
No setor corporativo, o Itaú Unibanco divulgou o balanço do quarto trimestre, com lucro líquido recorrente, que exclui ganhos ou perdas com itens extraordinários, de R$ 7,67 bilhões, um aumentou 7,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A PwC negou responsabilidade pelo rombo contábil de R$ 20 bilhões da Americanas na ação civil pública proposta pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor e Trabalhador (Abradecont). A varejista tinha seus balanços auditados pela PwC quando a notícia foi revelada pelo então CEO da empresa, Sergio Rial, que renunciou após dez dias no cargo. As informações constam no processo 5005460 s05.2023.4.02.5101 movido pela Abradecont.
As ações da Eletrobras (ELET3; ELET6) sentem o peso das declarações do presidente Lula que continua questionando a privatização da Eletrobras e disse que o governo prepara ação judicial para rever o processo, segundo comentário da corretora Ativa Investimentos. Perto do fim do pregão, às 17h47 (de Brasília), os papéis ON caíam 3,61% e os PN 3,22%, a R$ 36,83 e R$ 38,98.
Emerson Lopes / Agência CMA
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