O Banco Central (BC) da China disse, nesta terça-feira (7), que assinou um memorando para estabelecer acordos de compensação de yuan no Brasil, de acordo com a Reuters.
De acordo com o próprio BC chinês, o comércio entre o país e o Brasil chegou a US$ 172 bilhões em 2022, um salto em relação a 2020, quando as exportações e importações computaram US$ 104,3 bilhões, segundo a OEC data.
O acordo facilitaria o comércio e o investimento, sendo, além disso, uma medida chinesa para fortalecer a sua moeda.
Com a guerra na Ucrânia e as sanções impostas à Rússia, o fluxo de dólar foi barrado em diversas operações, criando um vácuo de câmbio que a China quer preencher.
Os contratos globais de commodities, por exemplo, eram feitos tradicionalmente com a cotação da moeda americana desde a década de 1970. Com as sanções, negociações com a Rússia começaram a ser tratadas em outros câmbios, como euro, rublos e yuans.
Novos contratos em yuans significam um maior fluxo mundial da moeda, o que expande a influência chinesa além do político e do econômico, criando um poder financeiro em relação aos contratos globais.
O novo acordo a ser feito com o Brasil representaria exatamente essa vontade chinesa de expandir pacificamente.
O país, inclusive, já tem tratado disso recentemente com outros países, como Paquistão, Cazaquistão e Laos.
Para a China, expandir o uso do yuan também é diminuir a dependência com o dólar, moeda de seu rival econômico.
Imagem: canva