Se ainda havia uma expectativa do mercado que os integrantes do governo iriam reclamar dos embates entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), pode se preparar para um tom mais pesado nesta queda de braço.
Nos últimos dias, o mercado reagiu mal às declarações de Lula discordando da política monetária do BC e criticando sua independência. As críticas pioraram na última quarta-feira (1), quando o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou a manutenção da taxa de juros em 13,75%.
Para Lula, a manutenção de juros nesse patamar não é viável para o Brasil, já que fria a recuperação econômica e agrava o desemprego, tendo “pouco impacto” na inflação.
Os comentários do presidente e a reação negativa do mercado, já estão no caúclo político dos integrantes do executivo, e a perspectiva é de que o governo não abaixe o tom.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, inclusive, afirmou que o Banco Central “poderia ter sido mais generoso com as medidas que tomamos”, em relação a decisão do Copom, mas acalmou o mercado, afirmando que os nomes para as duas diretorias do BC, a serem escolhidos por Lula, são técnicos e que está recebendo indicações de Campos Neto.
Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil