O Santander Brasil disse que a operação do Brasil é a maior do grupo no mundo e que não fornecerá informações sobre casos particulares, em resposta aos analistas sobre o impacto do rombo contábil da Americanas.
O banco chamou o calote da Americanas de evento subsequente. Segundo lista de credores da varejista, o Santander Brasil tem R$ 3,6 bilhões a receber.
Ao mencionar provisões, o banco não citou diretamente o caso Americanas, mas destacou um evento subsequente no crédito de atacado que afetou essa linha do resultado, sem mencionar o valor provisionado.
“Sempre olhamos para essas carteiras como um filme, não como um quadro estático. à medida que vamos evoluindo vamos acompanhar o quanto de provisão vamos ter”, disse Mario Roberto Opice Leão, presidente do Santander Brasil, na apresentação pública de resultados
a investidores, realizada nesta manhã de quinta-feira.
O banco disse que o produto que foi alvo do imbróglio com a varejista, o “risco sacado” ou “confirming”, é operado com vários clientes, por meio de uma plataforma digital e que continua comprometido com o produto, buscando expansão.
“Nossa exposição ao varejo representa 3% da nossa carteira de crédito, temos uma exposição ao risco altamente diversificada”, disse Leão.
Além dos esforços de digitalização, o banco tem vendas cruzadas em crédito consignado para o segmento de atacado e disse estar otimista com os resultados dessa estratégia para 2023.
No balanço do 4T22, o banco cita o “evento subsequente” ao explicar, por exemplo, o resultado de créditos de liquidação duvidosa, que atingiu R$ 23,930 bilhões com crescimento de 72,0% em relação ao ano anterior e de 18,6% no trimestre, devido ao aumento da inadimplência no segmento pessoa física e provisionamento decorrente de um “evento subsequente” no segmento do Atacado. No
4T22, o resultado atingiu R$ 7,364 bilhões com crescimento de 17,7% sobre o 3T22 e de 99,4% ante o 4T21 (R$ 3,693 bilhões).
A companhia também atribuiu a rentabilidade (ROAE) de 16,3% e a queda de 21,1% com relação a 2021 no seu lucro líquido gerencial, para R$ 12,9 bilhões, à “estratégia de antecipação de ciclos de crédito implementada ainda no 4T21, com maior seletividade do crédito que resulta em uma pressão nas receitas combinada à deterioração do custo de crédito, além do impacto do evento subsequente no segmento do Atacado.”
Cynara Escobar / Agência CMA
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