Nesta sexta-feira (15), o mercado de câmbio presenciou o dólar norte-americano em ascensão, registrando um aumento de 0,45%, atingindo a marca de R$ 4,9372. Esse movimento acompanhou a tendência global de valorização da moeda dos Estados Unidos, caracterizando uma correção após quedas recentes. Essa valorização, no entanto, contrastou com o desempenho de outras moedas de países emergentes, com o real apresentando um desempenho abaixo, mesmo com avanços na agenda fiscal no Congresso.
Contextualização do cenário global
O dólar dos EUA encerrou a semana com um acréscimo de 0,16% frente ao real brasileiro, destacando-se um aumento de 0,45% no mês. O ajuste global do dólar, após quedas expressivas desde quarta-feira devido à postura mais flexível do Federal Reserve (Fed), manteve a moeda americana em alta durante a maior parte do pregão. O índice DXY, que avalia o desempenho do dólar contra seis moedas fortes, refletiu essa tendência, registrando alta de 0,58%, atingindo 102,55 pontos no encerramento do dia.
Comportamento das divisas emergentes
Enquanto isso, outras moedas emergentes e de países exportadores de commodities mostraram um desempenho mais favorável em relação ao real. O dólar teve variações diferentes: queda contra o rand sul-africano (-0,07%) e leve alta frente ao peso mexicano (+0,06%) no final da tarde.
Fatores influenciadores do mercado
O aumento do dólar futuro para janeiro foi de 0,44%, atingindo R$ 4,9390, enquanto o volume financeiro no mercado de câmbio atingiu US$ 14 milhões, refletindo o interesse em negociações.
Para Marcos Weigt, responsável pela tesouraria do banco de câmbio Travelex Bank, a desvalorização do real pode ser associada ao fluxo de saída de recursos no final do ano, especialmente devido a remessas de dividendos de empresas para o exterior.
Impacto das decisões políticas e econômicas
Mesmo com avanços na agenda fiscal, como a aprovação da medida provisória da subvenção do ICMS pela Câmara e a inclusão da PEC da reforma tributária em primeiro turno, o real não obteve um suporte significativo. Essas medidas são apostas do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para impulsionar a arrecadação e equilibrar o déficit primário em 2024.
Segundo Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da corretora Treviso, parte da alta do dólar ainda pode ser associada ao temor fiscal gerado pela derrubada do veto presidencial à desoneração da folha de pagamentos. Ele também menciona um movimento de realização de lucros em vários ativos, devido à proximidade do fim do ano, o que pode ter contribuído para a queda do real.
Com informações do Broadcast
Imagem: Piqsels