O índice de preços para os gastos pessoais (PCE) nos Estados Unidos subiu 0,2% em julho na comparação mensal, após uma alta de 0,1% em junho. Em termos anuais, o PCE registrou um aumento de 2,5%, repetindo o percentual observado em junho, conforme os dados divulgados nesta sexta-feira (30) pelo Departamento do Comércio dos EUA.
O PCE é o principal indicador de inflação monitorado pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, para avaliar as pressões inflacionárias na economia.
Segundo o head de renda fixa da Janus Henderson Investors, Greg Wilensky, os dados reforçam o cenário de softlanding (pouso suave) para a economia norte-americana. “Essa perspectiva mantém o Fed no caminho para cortes graduais nos juros, com a possibilidade de um corte mais agressivo, dependendo dos dados de emprego, que serão divulgados na próxima semana.”
Núcleo do PCE e expectativas para o Fed
O núcleo do PCE, que exclui os preços voláteis de alimentos e energia, também registrou alta de 0,2% em julho na comparação mensal e 2,6% na base anual, mantendo o mesmo patamar observado em junho.
Esses números mantêm as expectativas de que o Fed siga com cortes na taxa de juros, possivelmente em 0,25% em setembro, seguido por cortes adicionais em novembro e dezembro.
Nos próximos dias, o presidente do Fed, Jerome Powell, e outros membros do conselho devem monitorar atentamente os novos dados econômicos, especialmente o relatório de emprego, que poderá determinar a intensidade das próximas medidas de política monetária.
Renda e gastos pessoais
A renda dos norte-americanos teve alta de 0,3% em julho em comparação com junho, um aumento absoluto de US$ 75,1 bilhões. Os gastos pessoais subiram 0,5% no mesmo período, representando um incremento de US$ 103,8 bilhões.
Já a renda pessoal disponível (DPI) — o valor após o pagamento de impostos — avançou 0,3%, atingindo US$ 54,8 bilhões. O volume de poupança foi de US$ 598,8 bilhões em julho, correspondendo a 2,9% da DPI.
Impacto no dólar
Apesar da divulgação dos dados de inflação, o impacto no dólar foi neutro, conforme explicou o economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano: “o PCE veio em linha com as expectativas, e o dólar está sendo influenciado por um ambiente externo mais favorável, desvalorizando-se contra outras moedas”.
Nesta sexta, a moeda norte-americana opera na maior parte da sessão no campo positivo. Por volta das 13h45, o dólar subia 1,05%, negociado a R$ 5,64.