O dólar encerrou esta sexta-feira (30) em alta de 0,21%, a R$ 5,63, chegando a sua quinta alta consecutiva. Durante o dia, o Banco Central realizou leilões de venda de moeda à vista e de swaps cambiais na tentativa de conter a valorização da divisa americana. A moeda americana acumulou um ganho de 2,84% na semana e avança 16,10% no ano.
Riscos fiscais aumentam pressão sobre o real
A alta do dólar, apesar das intervenções, foi impulsionada por fatores domésticos, como a crescente preocupação com o risco fiscal. A apresentação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025 gerou incertezas no mercado sobre o impacto de programas governamentais, como o aumento do auxílio gás, nas contas públicas. Esse cenário levantou dúvidas sobre a capacidade do governo de cumprir o novo arcabouço fiscal, contribuindo para a depreciação do real.
Mercado reage a declarações do Banco Central
O mercado também foi impactado pela fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento da XP, onde indicou que qualquer novo ciclo de alta na taxa Selic seria gradual. A expectativa de uma elevação menos agressiva dos juros desanimou investidores, que aguardavam uma postura mais firme para conter a inflação e atrair capital estrangeiro.
Efeito das intervenções
Durante o pregão, o dólar chegou a operar em queda momentânea após o Banco Central realizar um leilão de venda de US$ 1,5 bilhão em moeda à vista. No entanto, a divisa americana voltou a subir no final da manhã, refletindo a persistente demanda por dólares no mercado.
À tarde, uma nova intervenção do BC com a oferta de US$ 1,5 bilhão em swaps cambiais conseguiu reduzir temporariamente a alta, mas não foi suficiente para evitar o avanço da moeda no fechamento.
Cenário externo
No cenário externo, o dólar também se fortaleceu em relação a outras moedas globais. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, subiu cerca de 1% na semana, atingindo 101.783 pontos.
A leitura do índice de preços de gastos com consumo (PCE) nos Estados Unidos, alinhada com as expectativas do mercado, reforçou a possibilidade de um alívio gradual na política monetária do Federal Reserve, com um possível corte de 25 pontos-base em setembro.