O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em alta de 1,31% nesta quarta-feira (4), atingindo 136.110 pontos. O movimento positivo surpreendeu o mercado, que esperava um desempenho mais cauteloso diante da instabilidade econômica global, especialmente após quedas expressivas nos mercados asiáticos e americanos.
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Cenário externo: recessão à vista?
Os investidores permanecem atentos aos sinais de desaceleração da economia americana, intensificados pelos dados divulgados no “Livro Bege” do Federal Reserve. O relatório indicou um enfraquecimento econômico mais acentuado do que o previsto, elevando temores de uma possível recessão nos Estados Unidos. Essa incerteza gerou volatilidade nos mercados internacionais, com o S&P 500 caindo 0,16% e o Nasdaq recuando 0,30%.
No entanto, apesar das dificuldades no exterior, o mercado brasileiro seguiu um caminho independente. O desempenho positivo foi impulsionado principalmente pelo setor financeiro, com Banco do Brasil, Bradesco e Itaú registrando altas próximas a 1%. A BB Seguridade destacou-se com uma valorização de 1,63%, e a WEG avançou 1,42%.
Minério de ferro em queda
Outro ponto de destaque foi a valorização das ações da Vale, que subiram 0,99%, mesmo com a queda contínua dos preços do minério de ferro no mercado internacional. A Vale tem enfrentado uma volatilidade significativa devido à pressão sobre os preços das commodities, mas a queda recente parece ter atraído investidores, que viram na empresa uma oportunidade de compra após a forte desvalorização.
Câmbio e produção industrial
O dólar encerrou o dia praticamente estável, com uma leve queda de 0,01%, cotado a R$ 5,63. Apesar disso, a moeda americana ainda acumula uma alta considerável desde o início do ano, tornando o mercado brasileiro atrativo para investidores estrangeiros. Com a bolsa ainda considerada barata em termos de câmbio, há espaço para novas entradas de capital, o que pode sustentar a alta do Ibovespa mesmo sem grandes mudanças no cenário econômico.
No Brasil, a produção industrial desacelerou para 1,4% em julho, após um crescimento de 4,3% em junho. A expectativa de uma produção industrial mais fraca pode impactar as projeções econômicas para o segundo semestre.