O dólar comercial fechou em queda de 0,79%, cotado a R$ 5,1060. A moeda foi diretamente impactada pelos sinais de maior comedimento fiscal doméstico e pelo Produto Interno Bruto (PIB) da China do quarto trimestre de 2022 que, apesar de ruim, ficou acima das projeções do mercado.
“Ainda estamos em uma maré boa, e a postura do ministro (da Fazenda, Fernando) Haddad também ajuda isso, indo em linha com o mercado. O dólar vai testar os R$ 5,00 em pouco tempo”, avalia o sócio fundador da Pronto! Invest Vanei Nagem.
De acordo com o analista da Ouro Preto Investimentos Bruno Komura, “as notícias de China surpreenderam positivamente. O PIB veio acima das expectativas, por mais que confirme que seja um crescimento muito abaixo dos anos anteriores. Mas isso é positivo porque agora com a reabertura o quadro tende a ser positivo e isso deve se refletir no mercado brasileiro”.
“O reforço do Haddad é muito positivo falando de uma âncora fiscal até abril e da (ministra do Planejamento, Simone) Tebet falando sobre a reforma tributária, as eu acho que isso não faz tanta diferença. Nós precisamos ver como será o andamento de tudo isso. O investidor estrangeiro, de modo geral, está muito animado com o mercado brasileiro”, analisa Komura.
O PIB chinês subiu 2,9% no quarto trimestre de 2022 ante mesmo trimestre de 2021, acima das projeções de 1,7%. Já no acumulado de 2022, o crescimento foi de 3%, muito abaixo do resultado de 2021, quando a economia cresceu 8,1%. É o segundo pior resultado do país asiático desde 1976.
De acordo com o boletim da Ajax Asset, “lá fora, as taxas mais longas de juros se elevam o que impacta negativamente nas bolsas. Por aqui, incertezas fiscais e ambiente externo negativo devem pesar nos ativos locais. Por outro lado, dados da China contribuem para valorização das commodities, o que pode limitar baixa maior do índice local.
Paulo Holland / Agência CMA
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