O BTG Pactual, um dos maiores credores da Americanas, ao tentar driblar a proteção judicial ao caixa da empresa, acusou a companhia de cometer fraude.
O banco também não mediu palavras para falar do seu trio de acionistas de referência, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, que eram responsáveis pela administração da companhia até o final de 2021.
O BTG os acusou de serem “ungidos como uma espécie de semideuses do capitalismo mundial“, mas acabaram “pegos com a mão no caixa daquela que, desde 1982, é uma das principais companhias do trio”.
Lemann, Telles e Sicupira são, hoje, os três homens mais ricos do Brasil.
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Quanto à liminar, o banco defendeu que não há sentido em haver uma proteção jurídica para uma empresa que cometeu crimes.
“(…)É o fraudador pedindo às barras da Justiça proteção ‘contra’ a sua própria fraude. É o fraudador cumprindo a sua própria profecia, dando verdadeiramente ‘uma de maluco para esses caras saberem que é pra valer’”, disse o BTG de acordo com a apuração da coluna.
O tom da liminar é áspero, uma declaração de guerra à Americanas. Para o banco, não há função social na proteção oferecida pela Justiça na última sexta-feira (13).
“Fraude contábil não é função social legítima, merecedora de proteção da lei, mas ato que deve ser punido severamente, com suas potenciais consequências criminais”, disse o BTG.
Entenda o caso
Em recurso interposto no sábado (14), os advogados do BTG argumentam que a liminar determina, ilegalmente, o estorno de um pagamento feito pela Americanas ao BTG.
A Americanas obteve na sexta-feira (13) a liminar que a protege por 30 dias contra vencimento antecipado de dívidas, prazo que a varejista poderá usar para obter um acordo com credores ou pedir uma recuperação judicial.
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O movimento ocorre após a varejista reportar na última quarta-feira (11), após o fechamento da bolsa, um rombo de pelo menos R$ 20 bilhões em “inconsistências” contábeis, chocando o mercado.
Imagem: divulgação