São Paulo, 16 de janeiro de 2023 – Em 2022, o valor exportado cresceu 19,1% e o valor importado
24,3%, em relação ao ano de 2021, o que levou a um superávit na balança comercial de US$ 61,8
bilhões, superior ao de 2021 que foi de US$ 61,4 bilhões.
O saldo em novembro surpreendeu com a melhora das vendas para a China. Em dezembro, novamente o
saldo com a China foi maior do que o registrado no mesmo mês de 2021, passando de US$ 724 milhões
para US$ 1,8 bilhões.
O resultado foi que o superávit comercial do Brasil em 2022 ficou ligeiramente superior ao de
2021, uma diferença de US$ 400 milhões. O superávit da agropecuária aumentou, o da extrativa
reduziu e o déficit da indústria de transformação aumentou. As restrições da oferta agrícola
associada à Guerra na Ucrânia e questões climática elevaram os preços agrícolas, pois o
aumento no volume exportado foi de 2,6% menor do que o da indústria de transformação. Na
extrativa, preços e volume das exportações recuaram com o desempenho do minério de ferro
desfavorável.
O déficit na indústria de transformação é recorrente na balança comercial do Brasil desde
2009. Para 2023, as projeções sinalizam para um menor crescimento da economia mundial do que em
2022 e de uma taxa de crescimento do Brasil abaixo de 1%. Exportações menores e importações
menores seriam esperadas. Os preços agrícolas não devem acelerar com o fim do efeito das secas e
substituição das fontes de grãos da Ucrânia e da Rússia o que significa que a melhora das
exportações irá depender mais do volume exportado.
Para as exportações brasileiras agropecuárias a grande incógnita é o efeito China. Com o
relaxamento da política de COVID zero é esperado uma retomada parra um crescimento econômico ao
redor de 5%. No entanto, ainda estão incertos o efeito dessa política e se poderá ser mantida. A
União Europeia, outro mercado importante para s produtos da agro, com a crise energética é um dos
principais fatores para o menor crescimento mundial.
O preço do petróleo irá continuar sendo afetado pelas questões geopolíticas e a
recuperação das exportações da extrativa depende também da recuperação das vendas de minério
de ferro para a China. No caso das manufaturas, a crise da Argentina não favorece o aumento das
exportações de maior valor adicionado do setor automotivo.
Pedro do Val de Carvalho Gil / Agência CMA
Copyright 2023 – Grupo CMA