As bolsas da Europa encerraram o pregão em território positivo, com destaque para o DAX, que alcançou um novo patamar histórico. A queda no Índice de Preços ao Consumidor (CPI) da Alemanha reforçou a expectativa de manutenção nas taxas de juros do Banco Central Europeu (BCE). Além disso, o relatório de empregos (payroll) dos Estados Unidos consolidou a perspectiva de uma pausa no aperto monetário.
- FTSE 100 (Londres): avançou 0,54%, atingindo 7.554,47 pontos;
- DAX (Frankfurt): encerrou o dia com um avanço de 0,78%, atingindo 16.759,22 pontos;
- CAC 40 (Paris): registrou alta de 1,32%, chegando a 7.526,55 pontos;
- FTSE MIB (Milão): teve um acréscimo de 0,94%, alcançando 30.403,90 pontos;
- Ibex 35 (Madri): apresentou uma elevação de 0,79%, atingindo 10.226,20 pontos;
- PSI 20 (Lisboa): valorizou 0,58%, chegando a 6.567,11 pontos.
Este fechamento marca a sexta semana consecutiva de ganhos para o DAX, que também renovou seu recorde, alcançando uma máxima intraday de 16.782,72 pontos, conforme análise da CMC Markets.
Leitura final do CPI na Alemanha e impacto no mercado
A leitura final do CPI da Alemanha revelou uma queda de 0,4% em novembro, com um aumento de 3,2% na comparação anual, sinalizando uma desaceleração em relação ao crescimento de 3,8% registrado em outubro. Apesar disso, há previsões de que a inflação alemã possa retomar sua trajetória ascendente em dezembro, devido a efeitos relacionados aos preços de energia no ano anterior, de acordo com a Pantheon.
Especialistas como Raphael Olszyna-Marzys, economista internacional da J. Safra Sarasin, destacam a possibilidade de Christine Lagarde, presidente do BCE, reiterar a premência de não considerar mudanças na política monetária neste momento, mesmo diante da desaceleração recente da inflação na Europa. O economista prevê que Lagarde pode apontar a persistência de um núcleo inflacionário ainda elevado, ressaltando a necessidade de mais avanços na redução da inflação salarial.
Análises do TD Securities corroboram essa visão, indicando que o BCE tem “poucos motivos para se preocupar” atualmente, sugerindo que não haverá alterações significativas no tom das declarações durante a próxima decisão monetária. Por outro lado, o Rabobank pondera que cortes nas taxas podem ocorrer antes do previsto, mas provavelmente não da maneira como o mercado está precificando, podendo demandar mensagens mais firmes dos dirigentes sobre o ajuste no balanço patrimonial.
Impacto do Payroll dos EUA
Além das implicações relacionadas ao BCE, as bolsas europeias receberam um impulso com a divulgação do payroll dos Estados Unidos. Este dado reforçou a expectativa de que o Federal Reserve (Fed) possa manter as taxas de juros inalteradas na próxima reunião monetária. No entanto, levantou dúvidas sobre a precificação do mercado, que já estava considerando cortes nos juros já no primeiro semestre de 2024.
Ações na Inglaterra
Na Inglaterra, os ganhos foram contidos pela forte queda das ações da Anglo American (-20,97%), após a mineradora reduzir suas projeções futuras de produção de cobre e outros metais, conforme antecipado pelo UBS.
Com informações do Broadcast
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