O Federal Reserve (Fed) surpreendeu os mercados ao anunciar um corte de 50 pontos-base, maior do que o esperado por muitos analistas, na taxa de juros, elevando a faixa para 4,75% a 5% ao ano. A decisão trouxe instabilidade para os mercados globais, com os principais índices americanos fechando em queda.
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Reação dos mercados
Logo após o anúncio, houve uma euforia momentânea entre os investidores, mas rapidamente o sentimento mudou. O mercado interpretou o corte agressivo como um possível sinal de que a economia norte-americana está desacelerando mais rápido do que o previsto.
Isso gerou preocupações de que o Fed pode estar agindo de forma preventiva, tentando conter uma possível desaceleração econômica mais acentuada nos próximos meses.
O presidente do Fed, Jerome Powell, tentou acalmar os ânimos ao afirmar que os indicadores econômicos recentes mostram uma expansão sólida e que a inflação está bem ancorada, caminhando em direção à meta de 2%. Contudo, essas declarações não foram suficientes para conter a cautela entre os investidores.
Desempenho dos ativos
Os três principais índices da bolsa americana fecharam o dia em queda, com variações entre 0,25% e 0,30%. O dólar se valorizou frente às principais moedas internacionais, mas apresentou uma queda de 0,5% em relação ao real, fechando a R$ 5,46, registrando sua sexta queda consecutiva frente à moeda brasileira.
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores do Brasil, também sofreu com a volatilidade global, encerrando o dia com uma queda de 0,9%, aos 133.747 pontos. Investidores no Brasil aguardavam a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a Selic, a taxa básica de juros do país.
Expectativa sobre a Selic
A expectativa no Brasil era que o Copom anunciasse um aumento de 0,25 ponto percentual na Selic, elevando a taxa para 10,75% ao ano. Contudo, alguns analistas apostavam em uma elevação mais agressiva, dadas as incertezas fiscais e os impactos climáticos que têm pressionado os preços da energia e dos alimentos no país.
Outro fator de preocupação é a situação das contas públicas. O Tribunal de Contas da União (TCU) fez um novo alerta ao governo sobre o risco de não atingir a meta fiscal deste ano. Esse cenário pode afetar o comportamento do dólar e das taxas de juros pactuadas pelo governo para captação de recursos.