A crise climática que atinge o Brasil, com recordes de queimadas na Amazônia e a pior seca em 70 anos, já afeta diretamente o mercado financeiro.
O Brasil, altamente dependente das usinas hidrelétrica, já começa a sentir os efeitos da falta de chuvas. Com a geração de energia comprometida, a escassez poderá resultar em aumento na conta de luz, pressionando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação.
No novo episódio do podcast Ligando os Pontos, o CEO do Monitor do Mercado, Marcos de Vasconcellos, fala como os impactos das questões climáticas devem pesar no seu bolso.
Impacto no PIB
No ano passado, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio foi de 15%, contribuindo para o crescimento de quase 3% do PIB geral.
Em 2024, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prevê uma queda de 6% na safra deste ano, que deve causar uma queda de 2% no PIB do setor agropecuário.
Desempenho do setor agrícola
As principais empresas agrícolas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) estão sofrendo com a crise climática. Nos últimos 12 meses, Boa Safra (SOJA3) caiu 8%, SLC Agrícola (SLCE3) desvalorizou 10% e 3tentos (TTEN3) caiu 11%, enquanto o Ibovespa subiu 14% no mesmo período.
A única empresa que teve desempenho positivo no período foi a BrasilAgro (AGRO3) com uma alta de 9,5%. Ainda assim, abaixo do índice amplo (Ibovespa). Veja a comparação abaixo:
As expectativas, segundo especialistas do mercado, são de que, com o aumento da produção mundial de soja e a estabilização da demanda chinesa, os preços das commodities caiam. Esse cenário aumenta a pressão sobre o agronegócio que já enfrenta aumento de custos devido à necessidade de maior irrigação e cuidados adicionais com as plantações.