O senador petista Jean Paul Prates, indicado por Lula para presidir a Petrobras, garantiu, nesta quarta-feira (4) que não irá desvincular o preço do petróleo brasileiro do mercado internacional.
“Não haverá intervenção direta nos preços dos combustíveis” afirmou em entrevista à Bloomberg.
Prates já foi indicado ao conselho da Petrobras, após a aprovação do encerramento antecipado do mandato de Caio Paes de Andrade.
Logo após o anúncio da renúncia, as ações da Petrobras entraram em forte declínio, acompanhando também os preços do petróleo brent, que hoje caem quase 5%.
Mas a confirmação de que não haverá mudanças na política de preços da companhia parece ter mudado o olhar dos investidores para a indicação de Prates à presidência.
Quer fugir de armadilhas do mercado financeiro? A gente pode te ajudar. Clique aqui para entrar em contato.
Até então, uma das principais ressalvas dos investidores quanto à troca de comando da estatal, junto com a Lei das Estatais, era o fim da política de preços de paridade internacional (PPI) – questionada pelo atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu partido.
Depois das declarações de Prates à Bloomberg, as ações da Petrobras viraram e entraram em disparada na Bolsa, na contramão do petróleo.
Às 13h50, a PETR3 opera em alta de 1,9% e a PETR4 em +2,95%.
Quem também subiu com a escalada da petroleira foi o próprio Ibovespa, que agora opera em alta de quase 1%.
A ação está barata?
As dúvidas em relação ao futuro da Petrobras dividem analistas. Nos últimos dias, profissionais de corretoras e bancos, como UBS BB, Goldman Sachs, JPMorgan, Credit Suisse e Bradesco BBI rebaixaram significativamente o preço-alvo dos papéis da petroleira brasileira.
O motivo apontado, claro, são as incertezas políticas que rondam a ação. Entre os principais pontos de preocupação estão as políticas do novo governo, tanto relacionada a mudança da política de preços (que hoje opera sobre paridade internacional), quanto a questão da Lei das Estatais.
Fora a UBS, que tem recomendação de venda para as ações, e a XP Investimentos, que mantém a compra, todas as principais casas de análise que operam no Brasil entraram em consenso para uma recomendação neutra.
Os preços-alvos variam, sendo o mais alto do BTG, de R$ 35,70 para a PETR4, e o mais baixo da UBS, de R$ 22 — também para a PETR4.
Ou seja, mesmo que majoritariamente os analistas concordem com uma recomendação neutra, a perspectiva de valorização, ou depreciação é completamente distinta.
Enquanto BTG e XP investimentos computam uma verdadeira valorização da ação no médio prazo, de mais de 50% em relação à cotação de hoje.
UBS e Genial, que têm preços-alvos de R$ 22 e R$ 23 respectivamente, acreditam que o papel irá se manter nas cotações atuais.
Em análise especial para o Monitor do Mercado, o analista Alan dos Santos, mestre PhiCube, aponta os caminhos do papel no curto e no médio prazo. Usando a análise gráfica, ele mostra que as ações PETR4 têm chance de caírem ainda mais, chegando aos R$ 16,80.
Veja, abaixo, a análise completa, exclusiva:
Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil