Na última terça-feira (7), o dólar à vista apresentou uma jornada volátil, encerrando o dia em alta de 0,13%, atingindo o valor de R$ 4,9090. Esse movimento ocorreu mesmo com a predominância de uma tendência de baixa da moeda americana no mercado internacional. As oscilações, no entanto, foram contidas, variando pouco mais de três centavos entre a mínima, registrada em R$ 4,8799, e a máxima, de R$ 4,9147, ambas pela manhã.
Causas da oscilação do real
Operadores do mercado atribuíram a oscilação do real a ajustes técnicos e ao fluxo de remessas ao exterior. Além disso, a queda de aproximadamente 1% do peso mexicano, após um cenário benigno da inflação no país, gerou expectativas sobre o início de um ciclo de corte de juros pelo banco central do México (Banxico), afetando a moeda brasileira.
Comportamento do dólar no exterior
Enquanto isso, o índice DXY, que mede o comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis moedas fortes, operou em queda firme, atingindo cerca de 103,500 pontos. Esse declínio foi impulsionado principalmente pela valorização de aproximadamente 2,5% do iene em relação à moeda americana. Investidores interpretaram a declaração do presidente do Banco do Japão (BoJ), Kazuo Ueda, sobre desafios na política monetária como um sinal de possível término da prática de taxas de juros negativas no Japão.
Perspectivas especialistas
Especialistas apontam que o cenário externo está influenciando a taxa de câmbio. Diante da desaceleração da atividade econômica nos Estados Unidos e da possibilidade de redução das taxas de juros no país, as expectativas giram em torno do relatório oficial de emprego (payroll) dos EUA referente a novembro, que pode impactar a política monetária americana.
Para Felipe Izac, sócio e head de câmbio da Nexgen Capital, o dólar pode retornar aos níveis anteriores, próximos a R$ 4,80 ou até mesmo R$ 4,70, a menos que ocorram eventos de estresse no mercado internacional. Ele ressalta que, apesar da complicada situação fiscal brasileira, há um viés de apreciação do real.
Fluxo cambial e perspectivas futuras
O Banco Central divulgou que o fluxo cambial da última semana foi positivo em US$ 3,608 bilhões, com destaque para a entrada líquida de US$ 2,821 bilhões provenientes do comércio exterior. O fluxo total em novembro, que inicialmente era negativo, fechou positivo em US$ 296 milhões, resultado de entrada de US$ 999 milhões pelo lado comercial e saída de US$ 703 milhões pelo canal financeiro.
Com informações do Broadcast
Imagem: Piqsels