O dólar fechou em alta de 0,26%, cotado a R$ 5,53, nesta segunda-feira (23). A valorização da moeda norte-americana reflete a manutenção de prêmios de risco associados ao cenário fiscal doméstico.
Outro fator que influenciou o comportamento do câmbio foi a queda das taxas dos Treasuries de 2 anos, após declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed). O presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, indicou que espera “muito mais” cortes de juros ao longo de 2025, o que reduziu a pressão do dólar sobre o real.
Impacto do Relatório Bimestral
Os investidores também continuam digerindo os números do relatório bimestral de receitas e despesas divulgado na última sexta-feira (20). A redução no congelamento total de gastos, que passou de R$ 15 bilhões para R$ 13,3 bilhões, gerou apreensão no mercado, pois muitos analistas questionam a capacidade do governo de cumprir a meta de resultado primário deste ano, mesmo com a utilização da banda de tolerância de 0,25% do PIB.
Perspectivas para o dólar
Em entrevista ao Broadcast, o economista-chefe do Banco Fibra, Marco Maciel, afirmou que, apesar da credibilidade adquirida pelo Banco Central com a recente alta de 0,25 ponto porcentual na taxa Selic, o real ainda enfrenta desafios devido ao cenário fiscal. Ele destacou que a aversão ao risco permanece, refletida nos juros longos brasileiros, que não recuaram mesmo com a postura mais rígida do BC.
Maciel sugeriu que, se o governo seguir um caminho fiscal mais disciplinado, há espaço para uma apreciação do real, levando a uma taxa de câmbio entre R$ 5,40 e R$ 5,50 até o final do ano.