As ações da Braskem já caem mais de 20% desde a divulgação do iminente colapso da mina 18 em Maceió. Você, investidor, pode estar se perguntando como a Braskem conseguirá sair dessa, mas a verdade é que o mercado financeiro perdoa muito mais rápido do que a mídia.
Em 2015 e 2019 vimos a Vale protagonizar os maiores desastres ambientais da história do país (segundo o Ministério Público Federal), em Mariana e, posteriormente, em Brumadinho, ambas em Minas Gerais. Você não deve ter esquecido, mas o mercado já virou a página faz muito tempo.
Se em novembro de 2015, com o rompimento da barragem Fundão, situada no Complexo Industrial de Germano, derrubou as ações da companhia, os papéis voltaram ao mesmo patamar em 5 meses, em abril de 2016.
A tragédia de Brumadinho, que matou mais de 270 pessoas, demorou ainda menos para ser digerida pelo mercado, cerca de 2 meses.
Juntos, os desastres custaram mais de R$ 100 milhões aos cofres mineradora até agora, destes, foram R$ 86,3 milhões de indenizações pelo rompimento da barragem de Brumadinho, valor acima dos R$ 72 milhões que o município de Maceió cobra da Braskem.
A B3 já tirou a Braskem do seu índice de sustentabilidade, mas a verdade é que a Vale também não faz parte do índice — e é difícil dizer que isso desvaloriza seus papéis.
É impossível prever quando a Braskem vai se recuperar desta derrocada, mas a história nos conta que os grandes fundos – aqueles que realmente importam quando falamos de variações de ativos – se preocupam mais com a capacidade da empresa de pagar a multa do que com as consequências dos desastres.
Imagem: Wikimedia