O mercado financeiro global registrou grande volatilidade nesta terça-feira (01) após o lançamento de 200 mísseis pelo Irã em direção a Israel. O ataque, anunciado como uma retaliação ao assassinato de um líder do Hezbollah, acendeu o alerta nos mercados e trouxe uma série de reações adversas nas bolsas e commodities ao redor do mundo.
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Bolsas globais em queda
Antes da intensificação do conflito, diversas bolsas ao redor do mundo operavam em alta. No entanto, a escalada militar entre Irã e Israel rapidamente reverteu esse cenário. As bolsas dos EUA, como Dow Jones e Nasdaq, fecharam o dia com quedas de 0,41% e 1,5%, respectivamente. O índice S&P 500 também recuou quase 1%.
A situação ficou ainda mais instável após o exército israelense anunciar que realizaria fortes ataques aéreos na região, ampliando o risco de um conflito prolongado no Oriente Médio. Isso gerou um aumento da aversão ao risco entre os investidores, impactando diretamente os índices de ações.
Efeitos no Brasil
No Brasil, o Ibovespa, que chegou a subir mais de 1% durante a manhã, encerrou o dia com alta modesta de 0,51%, fechando abaixo dos 133 mil pontos. O desempenho mais fraco ocorreu principalmente devido à deterioração do cenário internacional.
Petrobras e o impacto do petróleo
O preço do barril de petróleo disparou após o ataque, pressionando especialmente as ações das empresas do setor. A Petrobras (PETR4) registrou alta de quase 3%, alcançando R$ 37. A valorização da commodity beneficiou o Ibovespa, mas não foi suficiente para mantê-lo no patamar observado nas primeiras horas de negociação.
Questões fiscais e juros no Brasil
Além do cenário internacional, o mercado brasileiro foi influenciado por declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que voltou a criticar a situação fiscal do país. Campos Neto ressaltou a importância de uma política fiscal mais controlada para permitir a redução da taxa de juros.
O Brasil enfrenta um aumento na dívida pública, que em agosto chegou a 78,5% do PIB, impulsionada por um déficit de mais de R$ 20 bilhões. A continuidade de gastos desenfreados pelo governo pode pressionar ainda mais a inflação, limitando a capacidade de cortes na Selic, o que pode manter o custo do crédito elevado para empresas e consumidores.