O dólar comercial fechou em alta de 0,13%, cotado a R$ 5,3160. A moeda refletiu as falas mais duras da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, que apontou para um aumento sistemático dos juros. A situação fiscal doméstica segue no radar, porém hoje teve menos impacto.
Segundo o sócio fundador da Pronto! Invest Vanei Nagem, “a fala da Lagarde deu uma bela piorada no humor externo”.
“Internamente, o mercado parece que engoliu o Haddad, ele tem tido parcimônia nas falas. O pior já foi, o mercado vai se acomodar”, disse Nagem sobre o futuro ministro da Fazenda.
Nagem ainda falou que, embora dissipado, o temor de alguma ação do atual presidente, Jair Bolsonaro, ainda gera desconforto: “Ainda existe certa desconfiança se o Bolsonaro vai aprontar algo. Ele ainda tem uma parcela fanática muito próxima, que o apoia incondicionalmente”, analisa.
Para o economista da BlueLine Flávio Serrano, “o câmbio tem ficado relativamente estável. No curto prazo, os juros muito altos protegem a moeda brasileira, mas o fluxo estrangeiro costuma ser mais pressionado nesta época do ano”.
“A questão é o ritmo de aperto do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), e o fiscal doméstico segue como a principal dúvida. Ainda existem incertezas sobre a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, o que mostra uma tendência de mais gastos públicos e pressão sobre os ativos de risco”, explica Serrano.
De acordo com a economista do Banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli, “o aumento dos juros nos Estados Unidos, ontem, acabou amenizando parte da alta do dólar que vimos por aqui. Contudo, as indicações dos membros dos ministérios do governo Lula (PT) e a aprovação da Lei das Estatais, na Câmara, continua reduzindo a confiança dos investidores e pressionando os nossos ativos, sobretudo no câmbio”.
Paulo Holland / Agência CMA
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