O Bank of America (BofA) destaca, em relatório divulgado hoje, que os aportes em mercados emergentes são o único ponto positivo em novembro dos dados apresentados pela Associação Brasileira dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Os fundos de ações locais registraram saídas de R$ 72 bilhões no acumulado do ano, o que representa 16% dos ativos sob gestão (AUM, na sigla em inglês) no início do ano.
O BofA destaca que 2022 foi o ano de rotação para renda fixa, com o mercado brasileiro superando o resto do mundo graças às taxas elevadas e viés de valor.
Os investidores estrangeiros foram compradores líquidos no Brasil, com R$ 89 bilhões em ações à vista da B3 no acumulado do ano. Os fundos de ações de mercados emergentes globais (GEM) tiveram entradas de US$ 66 bilhões em 2022.
FUNDOS
O Bofa aponta que houve mais saídas de fundos locais de ações e hedge no Brasil, R$ 4 bilhões e R$ 10 bilhões, respectivamente, segundo a Anbima. Os dados ficaram em linha com a análise semanal do banco de investimentos.
Os fundos de renda fixa tiveram saídas de R$ 16 bilhões em novembro. Os fluxos de mercados emergentes (EM) foram positivos em novembro, mas na semana passada os fundos de ações de Mercados Emergentes Globais (GEM) tiveram saídas pela primeira vez em sete semanas, de US$ 2,2 bilhões na semana passada.
O BofA ressalta que o Brasil teve desempenho inferior ao do resto do mundo no mês passado, em meio ao ruído político: o Ibovespa caiu 4%, ante 1% de queda do S&P500, 5% do EM+ e de 3% do Mexbol.
DESTAQUES DE 2022
A análise também destaca que os fundos de ações locais perderam 16% do montante de ativos sob gestão (AUM) inicial. Os fundos de ações locais do Brasil tiveram saídas de R$ 72 bilhões no acumulado de 2022 (16% de seu AUM no início do ano), de acordo com as análises semanais do BofA.
Os fundos de hedge locais registraram saídas de R$ 104 bilhões no acumulado do ano (9% do AUM de 1 de janeiro). As saídas começaram a desacelerar em setembro.
A alocação de capital da indústria local de fundos no Brasil caiu de 12,6% em janeiro de 2022 para 10,7% no mês passado. Nesse ritmo, o BofA aponta a estimativa de atingir mínimas históricas (8%) no 3T23.
A análise também mostra que houve rotação acelerada para a renda fixa em 2022. Os fundos de renda fixa locais do Brasil tiveram R$ 74 bilhões no acumulado do ano (3% de 1º de janeiro AUM). Já a caderneta de poupança apresenta saídas nos últimos sete meses, movimento que possivelmente está ligado ao nível das taxas.
As 400 mil de novas contas de investidores individuais na B3 em 2022 são apenas uma fração da adição dos últimos anos, quando houve o ingresso de 1,7 milhão em 2021 e 1,6 milhão em 2020. Os investidores pessoa física possuem 17% do depositário da B3 (estável em 2022).
O BofA aponta que o Brasil superou o resto do mundo, com alta de 3% do índice Ibovespa no acumulado em reais e de 6% do real. As taxas do Brasil também cresceram 11% no acumulado do ano. Os piores desempenhos no ano foram do S&P500 (-17% ) e Mercados Emergentes(-21% YTD).
No acumulado do ano, as entradas em mercados emergentes somam US$ 66 bilhões, principalmente no 1T22: +US$ 46 bilhões ocorreram no 1T, +US$ 9 bilhões no 2T, o 3T foi estável, +US$ 12 bilhões no 4T até agora, diz o relatório do BofA.
O fluxo estrangeiro para a B3 foi positivo em 2022, com R$ 89 bilhões no acumulado do ano em ações à vista; +R$ 15 bilhões em follow-ons. Já a atividade de IPO ficou parada em 2022.
Cynara Escobar / Agência CMA
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