Quatro pessoas foram presas preventivamente neste domingo (11), em uma investigação belga sobre corrupção no Parlamento Europeu envolvendo o Catar. Entre os detidos estão deputados e ex-parlamentares.
A operação investiga o possível pagamento de propina para que deputados votassem a favor de um país do “Golfo” em resoluções dentro do Parlamento. Há informações de que essa nação seria o Catar, que sedia a Copa do Mundo.
Os nomes dos suspeitos não foram divulgados, mas agências de notícias da região apontam que entre os presos está a vice-presidente grega do Parlamento Europeu, Eva Kaili. As acusações incluem corrupção, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.
Conforme os jornais belgas, os outros três detidos são italianos: o ex-deputado Antonio Panzeri, o assistente parlamentar do grupo dos socialistas no Parlamento e marido de Kaili, Francesco Giorgi, e o diretor da ONG “No Peace Without Justice”, Niccolò Figa-Talamanca.
De acordo com o Ministério Público da Bélgica, há suspeita de que tenham sido repassadas “importantes somas de dinheiro e presentes significativos a pessoas com uma posição política ou estratégica dentro do Parlamento Europeu para influenciar as decisões” da instituição.
“Isso é feito pagando grandes somas de dinheiro ou oferecendo grandes presentes a terceiros com uma posição política e/ou estratégica significativa dentro do Parlamento Europeu”, disse o comunicado.
A investigação é “muito preocupante”, disse o chefe de política externa da União Europeia (UE), Josep Borrell, nesta segunda-feira.
“Certamente as notícias são muito preocupantes”, disse Borrell a repórteres ao chegar a uma reunião de ministros das Relações Exteriores da UE. “Estamos enfrentando alguns eventos, alguns fatos que certamente me preocupam como ex-presidente do Parlamento Europeu também”, acrescentou.
Larissa Bernardes / Agência CMA
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