As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) operam mistas nesta quarta-feira (7), com o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central no radar, que se reúne nesta quarta-feira (7) para definir a taxa básica de juros da economia, a Selic.
A expectativa é de que eles mantenham a taxa Selic em 13,75%. Entretanto, à luz do debate quanto ao curso da política fiscal para o próximo ano, o BC deve ajustar sua sinalização para acomodar eventuais alterações.
Mais concretamente, esperamos que o comunicado da reunião deva aumentar o tom de vigilância, alertando sobre os impactos do provável impulso fiscal sobre a demanda agregada para 2023, afirma a Terra Investimentos, em relatório. Esperamos que o balanço de riscos já deixe claro o aumento dos riscos de um cenário inflacionário menos benigno e que estará pronto para agir caso a intensidade dos riscos não arrefeça, completa a casa.
O Ibovespa opera em campo negativo com os agentes do mercado financeiro temerosos com a inflação nos Estados Unidos e a recessão na maior economia do mundo começa a ser precificada. Somada a isso, a forte queda das ações da Vale (VALE3) por conta dados mais fracos da economia chinesa e projeções de produção de minério de ferro da mineradora abaixo do esperado pressiona o índice. A votação da Proposta de Emenda da Constituição (PEC), no Senado, segue no foco dos investidores e com a expectativa de que seja mais desidratada.
Matheus Spiess, analista da Empiricus, observou que o Ibovespa tinha uma performance pior que o Índice Small Cap–empresas de menor capitalização-, por conta de “peso-pesado como Vale (VALE3) refletindo os dados econômicos da China mais fracos que pressionam o minério de ferro”. O Índice Small Cap (SMLL) subia 0,26%.
O dólar opera em queda. Apesar da situação fiscal doméstica inspirar preocupações, com a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição que deve ocorrer hoje no plenário do Senado, a moeda brasileira ganha fôlego, puxada pela reabertura da economia chinesa. Para o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, “o que mais chama a atenção é que o real o perdeu a tração, estamos descolados do exterior. Desde o final de julho, com algumas exceções, ficamos na faixa entre os R$ 5,15 e R$ 5,40”. O economista acredita que isso é causado pelas incertezas fiscais, que criou um clima de piora sobre as contas brasileiras.
Pedro do Val de Carvalho Gil / Agência CMA
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