O dólar comercial fechou em alta de 0,30%, cotado a R$ 5,2130. O movimento reflete o payroll (indicador de emprego nos Estados Unidos), que mostrou um mercado de trabalho ainda muito aquecido, o que infla as expectativas para a próxima reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Na semana, o dólar teve desvalorização de 3,64%.
Para o analista da Ouro Preto Investimentos Bruno Komura “o mercado reagiu mal. Com o salário tendo subido 5,1% em novembro, na comparação anual, a inflação tende a aumentar nesta magnitude”. A projeção, na comparação anualizada, era de +4,6, enquanto na base mensal o aumento de 0,55% também ficou acima das estimativas (0,3%).
“Isso indica que a economia ainda está muito aquecida e os salários altos, o Fed pode ter que manter o patamar dos juros altos por mais tempo que o esperado”, analisa Komura.
De acordo com a economista do Banco Ourinvest Cristiane Quartaroli “a semana foi marcada por valorização da nossa taxa de câmbio influenciada, em grande medida, pelo nosso diferencial na taxa de juros depois que os Estados Unidos sinalizaram que deverão subir menos sua taxa por lá. E também pela expectativa da China crescer mais com o fim das restrições”.
“No Brasil a esperança é de alguma moderação nos gastos do governo a partir do próximo ano, mas ainda não há uma definição oficial sobre isso. Tema que pode continuar trazendo volatilidade”, opina Quartaroli.
Paulo Holland / Agência CMA
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