Após atingir a máxima de R$ 5,73, o dólar caiu e fechou em queda de 0,15%, sendo negociado a R$ 5,69, nesta segunda-feira (21). O recuo aconteceu nos minutos finais, impulsionado por um movimento de ajuste técnico, comum no mercado de câmbio, para ajustar posições e realizar lucros.
Ajuste técnico e cenário global
O ajuste no dólar ocorreu em meio a um cenário global de incertezas, com destaque para a possibilidade de retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Esse fator, segundo analistas, tem elevado a demanda pela moeda americana, especialmente entre moedas fortes e emergentes.
Além disso, o mercado segue atento à política monetária do Federal Reserve (Fed), que pode manter os juros em níveis mais elevados por mais tempo. Embora haja expectativa de cortes moderados na taxa de juros nos EUA, os últimos indicadores econômicos do país indicam um fortalecimento da economia, o que pode adiar a redução das taxas.
Incertezas no Brasil e cenário interno
No Brasil, as preocupações com as contas públicas continuam no radar dos investidores, assim como a deterioração das expectativas de inflação para os próximos anos. O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, mostrou uma desancoragem das expectativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 e 2025, o que contribuiu para a pressão sobre o câmbio.
Outro fator que pesa sobre o real é a percepção de que a dívida pública tende a crescer, mesmo com uma melhora no Produto Interno Bruto (PIB).
Impacto da China
Na cena internacional, a economia chinesa também trouxe impacto no desempenho do dólar. O banco central da China anunciou um corte de 25 pontos-base nas principais taxas de juros, com a taxa de referência para empréstimos (LPR) de 1 ano sendo reduzida para 3,1%, e a de 5 anos, para 3,6%. A desaceleração da economia chinesa adiciona mais um elemento de incerteza ao cenário global, afetando moedas de mercados emergentes, como o real.