O dólar fechou em alta de 0,75%, cotado a R$ 5,70, nesta sexta-feira (25), primeira vez que a moeda americana atinge esse nível desde agosto.
A alta reflete o fortalecimento do dólar no mundo, devido ao cenário eleitoral nos Estados Unidos, com o mercado precificando uma possível vitória do candidato republicano, Donald Trump.
A expectativa de cortes de juros menos agressivos pelo Federal Reserve (Fed), as incertezas fiscais no Brasil e a preocupação com o crescimento econômico na China também contribuíram para a pressão no câmbio.
Estes fatores impulsionaram o índice DXY, que mede a variação do dólar frente a outras moedas fortes, a uma alta de 0,25%, atingindo 104,313 pontos.
Incertezas fiscais no Brasil seguem no radar
O cenário fiscal brasileiro, marcado pela ausência de novas propostas de corte de gastos, tem elevado o nível de incerteza entre os investidores.
As falas recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre os investimentos em áreas sociais e a revisão do acordo relacionado ao desastre de Mariana geraram atenção adicional no mercado.
Durante o evento, o presidente enfatizou que esses investimentos não devem ser considerados despesas, o que aumentou a percepção de risco fiscal.
Além disso, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que os recursos destinados ao novo acordo de Mariana não serão submetidos às regras fiscais, reforçando as preocupações com a sustentabilidade das contas públicas.
Mercado monitora China em busca de estímulos
Outro ponto que influenciou o câmbio foi o anúncio de que a China realizará um Congresso Nacional no início de novembro. O mercado espera que o evento traga novas medidas de estímulo econômico, uma vez que o crescimento chinês está abaixo das expectativas.