O concurso do Ministério Público da União (MPU) previsto para este mês pode enfrentar atrasos devido a uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF). Essa ADI questiona a mudança nos requisitos de escolaridade para o cargo de técnico do MPU, que passou de nível médio para superior. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, lidera essa ação com o argumento de que a alteração deveria ter sido proposta pelo chefe do MPU e não por parlamentares.
A preocupação central recai sobre a constitucionalidade do processo de alteração dos requisitos do cargo, que, segundo Gonet, representa um vício de iniciativa. A lei em questão nasceu de um projeto destinado à transformação de cargos de analista para procurador de Justiça Militar, sem referência aos técnicos. Com essa ADI, existe a possibilidade de o requisito de escolaridade retornar ao nível médio, caso seja julgada procedente.
Como a ADI pode afetar o novo concurso MPU?
A decisão sobre a escolaridade dos técnicos do MPU é crucial, pois o próximo edital incluirá o cargo. Se a ADI for julgada a favor de Gonet, o edital precisará ser ajustado para refletir a exigência de nível médio. Caso o concurso ocorra antes da decisão, seguirá com a exigência atual de nível superior. Há ainda a chance de judicializações se o requisito mudar após o início das inscrições.
O MPU, mesmo sem uma decisão sobre aguardar ou não o julgamento da ADI, já confirmou a Fundação Getulio Vargas (FGV) como banca organizadora. Essa escolha trouxe surpresa, uma vez que o Cebraspe havia sido o organizador das edições passadas.
Quais cargos estão confirmados no próximo concurso MPU?
A secretária-geral do MPU, Eliana Torelly, confirmou vagas para os cargos de técnico em Administração e policial (antigo técnico em Segurança Institucional). A expectativa é que o edital contemple todas as carreiras de servidores do MPU, o que inclui diversas especialidades tanto para técnicos quanto para analistas. Os cargos técnicos requerem atualmente nível superior, e os vencimentos iniciais podem alcançar R$ 8.529,64, enquanto analistas podem começar com até R$ 13.994,76.
A estrutura do concurso já está definida, prevendo provas objetivas e discursivas para todos os cargos, exceto o de técnico em Segurança Institucional, que incluirá também Teste de Aptidão Física (TAF) e avaliação médica. A FGV também será responsável por detalhar os conhecimentos gerais e específicos exigidos nas provas.
Como a FGV influenciará o processo seletivo?
A Fundação Getulio Vargas trará suas diretrizes específicas para as avaliações, diferenciando-se do estilo aplicado pelo Cebraspe em concursos anteriores. A preparação para as provas objetivas e discursivas se adaptará ao perfil da nova organizadora, que já delineou o formato das provas: 80 questões objetivas e redação de até 30 linhas.
Essa troca de banca organizadora é significativa, pois altera não só o formato das provas como também a metodologia de avaliação. Interessados em participar deverão estar atentos ao estilo da FGV para garantir um bom desempenho. Apesar dos potenciais atrasos devido à ADI, todos continuam na expectativa da publicação do edital e definição das datas das provas, ainda previstas para 2025, caso o edital seja adiado.