O UBS BB rebaixou a recomendação da ação preferencial da Petrobras (PETR4) de compra para venda e cortou o preço-alvo das ações de R$ 47 para R$ 22, valor 4,47% menor que o fechamento de ontem (21). Às 13h08 (horário de Brasília), o papel PETR4
caía 4,59%, a R$ 22,43, assim como a ordinária PETR3, em baixa de 4,95%, a R$ 25,68 e estavam entre as maiores quedas do Ibovespa. O principal índice da B3 recuava 0,76%, impactado pelo forte peso das ações da petrolífera.
Os analistas Luiz Carvalho, Matheus Enfeldt e Tasso Vasconcellos justificam o rebaixamento da ação por esperar uma reversão na direção da empresa em relação a orientação dos últimos seis anos.
Segundo os analistas, a tese que guiava o apoio à empresa desde 2016 era baseada na mudança de dívida para melhor geração de caixa e desinvestimentos, apoiada pela queda da dívida bruta de mais de US$ 120 bilhões para US$ 54 bilhões, além de pagamentos significativos de dividendos (mais de US$ 47 bilhões desde o início 2021) e reclassificação potencialmente positiva.
A análise cita três pontos transformacionais para justificar o rebaixamento do ativo: preço dos combustíveis, investimentos e despesas gerais. Na avaliação dos analistas, “nada disso está claro, por enquanto; no entanto, comentários prévios da equipe de transição fornecem alguns insights e, olhando para o passado da Petrobras, nos tornamos substancialmente mais cautelosos.”
Em relação aos preços dos combustíveis, o relatório aponta que não há definição da nova política de preços da empresa e que espera uma compressão na margem de refino.
Os analistas também enxergam um risco importante em investimentos mais altos, pois, avaliam que, no passado, a Petrobras não foi capaz de diversificar sua lucratividade além das operações principais de petróleo e gás e acreditam que essa é uma tendência que pode voltar.
“Investimentos mais altos e uma busca por diversificação em energias renováveis e transição energética pode tornar a empresa inchada e as despesas gerais (que haviam sido negligenciadas pelo mercado nos últimos anos) pode virar uma preocupação.”
Isso também resultará em dividendos mais baixos para os acionistas, segundo a modelagem de que a companhia pagará o payout mínimo de 25% estabelecido por lei.
Por conta disso, o UBS BB reduziu suas projeções de receitas da Petrobras em 8% para 2023, 12% em 2024, 4% em 2025 e 5% em 2026. A perspectiva de lucro líquido foi reduzida em 14% em 2023, 24% em 2024, 14% em 2025 e 17% em 2026.
Cynara Escobar / Agência CMA
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