As bolsas europeias encerraram o pregão em terreno positivo impulsionadas por expectativas geradas pela desaceleração da inflação ao consumidor na zona do euro, fortalecendo a possibilidade de cortes de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) no início de 2024.
- FTSE 100 (Londres): fechou em alta de 0,41%, a 7.453,75 pontos;
- DAX (Frankfurt): subiu 0,30%, a 16.215,43 pontos;
- CAC 40 (Paris): teve alta de 0,59%, a 7.310,77 pontos;
- Ibex 35 (Madri): recuou 0,06%, a 10.058,20 pontos;
- PSI 20 (Lisboa): teve alta de 0,54%, a 6.474,58 pontos;
- FTSE MIB (Milão): valorizou 0,16%, a 29.737,38 pontos.
O índice pan-europeu Stoxx 600 registrou um acréscimo de 0,54%, atingindo 461,59 pontos no fechamento, alcançando um crescimento mensal de 6,4%.
Inflação e perspectivas de política monetária
A abertura dos mercados europeus se deu em um cenário de alta, porém, moderadamente influenciada pela fraqueza nos índices de gerentes de compras (PMIs) da China, principal parceiro comercial do bloco. Contudo, a trajetória dos índices foi impulsionada após a leitura preliminar do índice de preços ao consumidor (CPI) da zona do euro, indicando uma desaceleração mais significativa do que a prevista. O CPI atingiu um avanço de 2,4% em novembro, enquanto o núcleo registrou um aumento de 3,6% no mesmo período. Paralelamente, a taxa de desemprego permaneceu estável em 6,5% em outubro.
Análise de instituições financeiras e posicionamento do BCE
Segundo análise da Capital Economics, esses dados aumentam a pressão sobre os dirigentes do BCE para antecipar o relaxamento monetário, projetando um possível corte nas taxas já em junho de 2024. O ING endossa essa perspectiva, destacando que a desaceleração acentuada da inflação está ligada a um cenário de demanda fraca, apesar de persistirem pressões oriundas dos salários. Por outro lado, o Commerzbank adverte que a redução da inflação em direção à meta pode enfrentar desafios, prevendo que os preços permaneçam estáveis acima de 2% até o segundo semestre de 2024. Neste contexto, o Commerzbank projeta um possível corte de juros apenas no final de 2024.
Posicionamento do presidente do BCE e desempenho dos mercados
Em declaração preparada para um evento, Fabio Panetta, dirigente do BCE e presidente do BC da Itália, defendeu uma postura mais cautelosa sobre o aperto monetário na zona do euro. Ele afirmou que o nível restritivo dos juros pode ter uma duração curta se a desaceleração econômica acelerar a trajetória de queda da inflação, enfatizando a necessidade de evitar danos desnecessários à economia e à estabilidade financeira.
Novembro foi um mês de destaque para os mercados acionários europeus, avalia a CMC Markets, ressaltando que a maioria dos índices teve seu melhor desempenho deste ano. A exceção foi o FTSE 100, que enfrentou dificuldades devido ao baixo desempenho das empresas BP, Shell e AstraZeneca. No entanto, a CMC destaca que a bolsa britânica recebeu apoio da Rolls-Royce, que registrou um aumento de 2,05% neste pregão e uma valorização mensal de 24,8%, após firmar acordo com a Airbus e elevar sua projeção de fluxo de caixa para 3,1 bilhões de libras até 2027.
Com informações do Broadcast
Imagem: Piqsels