Depois de dois dias de fortes quedas, o Ibovespa futuro com vencimento em dezembro abre em alta e estende os ganhos com o tom mais brando vindo por parte do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, tentando acalmar o mercado e afirmando que o governo se comprometerá com a responsabilidade fiscal, que cortará gastos e as isenções tributárias serão revistas.
Mas, a PEC de Transição continua no foco dos investidores. No fim do pregão de ontem, a renúncia do ex-ministro da Fazenda do governo Dilma Rousseff, Guido Mantega, à equipe de transição, também contribuiu para amenizar as perdas no final dos negócios.
Hoje é dia de vencimento de opções sobre ações por aqui e nos Estados Unidos trazendo maior volatilidade e deve ter bastante liquidação dos exercícios dessas opções.
Segundo uma reportagem da CNN, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) discutiram a redução dos gastos previstos na PEC da Transição e estudam uma diminuição para R$ 80 bilhões.
O mercado deve monitorar as falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (RCN), em evento logo mais.
Às 9h45 (horário de Brasília), o Ibovespa futuro com vencimento em dezembro subia 1,85%, aos 112.015 pontos. Os futuros norte-americanos e as bolsas europeias avançavam. Na Ásia, a maioria dos índices fechou em alta.
Os analistas da Commcor Corretora, em relatório, comentaram que a diluição do desconforto fiscal na esteira da apresentação da PEC da Transição na quarta-feira promete continuidade hoje “tendo como gatilhos a saída de Guido Mantega da equipe de transição e falas apaziguadoras de Geraldo Alckmin no âmbito do compromisso fiscal por parte do novo governo eleito”.
Os analistas ainda disseram que o mercado ainda “segue arisco e com promessa de volatilidade, principalmente porque continuamos como alvos de ajustes profundos de portfólios na iminência de uma Selic acima dos atuais 13,75% ao ano”.
Soraia Budaibes / Agência CMA
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